MÁGICO VENTO # 72
Autores: Gianfranco Manfredi (texto) e Mario Milano (desenhos).
Originalmente publicada em Magico Vento # 72
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2008
Sinopse: Mágico Vento e Poe estão em Jericho, uma cidade que começa
a sofrer incêndios misteriosos.
Segundo as visões de uma freira, seria uma repetição do que ocorreu na
Jericó bíblica. Por isso, ambos passam a investigar o caso.
Positivo/Negativo: Uma história bastante envolvente e interessante
de Mágico Vento, que traz de volta os elementos místicos. A trama faz
diversas referências bíblicas, tendo inclusive dois religiosos como personagens
importantes.
A Jericho norte-americana ganhou este nome após os muros construídos ao
seu redor, lembrando o que Josué e os hebreus encontraram ao retornar
do cativeiro no Egito, após 40 anos no deserto.
Segundo o Êxodo, Josué lutou e derrubou as muralhas não pela força, mas
pela fé, usando trombetas. Após o sétimo dia, elas começaram a cair e
os hebreus tomaram a Jericó.
Vários detalhes e comparativos com a cidade bíblica são feitos: a única
sobrevivente, uma prostituta de nome Raabe, toma forma também na Jericho
norte-americana. A queda das muralhas também é esperada, mas de outra
maneira; e com uma possível grande tragédia - e a missão de Mágico Vento
é impedir que isso ocorra.
Se na história bíblica a tarefa é buscar a terra prometida, nesta edição
Jericho é assolada por um "livre comércio" entre os saloons e lojas,
o que vai minando a cidade.
Há aí uma crítica bastante interessante de Berardi a como a concorrência
vai destruindo as relações entre as pessoas e gerando a onda de violência
na cidade. O leitor pode perceber como o que ocorre na trama não está
tão longe do que acontece na atualidade - de uma forma bem mais complexa,
evidente.
E buscando outra história bíblica, é imediata a relação com Jesus expulsando
os vendilhões do templo.
Uma bela edição, que permite diversas reflexões e ligações com o passado
e o presente. Há elos com o Antigo Testamento (e pode-se buscar inspirações
do Novo) e também uma visão geral de como o livre comércio, a corrida
desenfreada pelo lucro, tem corroído a sociedade moderna.
Manfredi mescla os dois elementos em uma bela história passada no Velho
Oeste.
A arte de Milano é elegante e dá forma às visões da freira Soror Blandina
(personagem histórica que realmente existiu, conforme o texto da Blizzard
Gazette do início da edição e que é homenageada na trama).
Mas passou uma falha de edição: na página 86, a fala dos balões dos terceiro
e quarto quadrinhos é igual. Assim, o leitor fica sem saber qual a resposta
de Mágico Vento para outro personagem.
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