MAIS UM SUPER-HERÓI SHELL - ÁLBUM GIGANTE - O PODEROSO THOR # 0
Autores: Stan Lee (história) e Jack Kirby (arte).
Preço: NCr$ 0,50 (preço da época, em que as edições estavam disponíveis somente nos postos de gasolina Shell).
Número de páginas: 48
Data de lançamento: 1967
Sinopse: Na revista há quatro histórias, duas da cronologia do Thor, Quando dois titãs se encontram (Thor x Hulk) e O Gárgula volta a atacar; e duas de Asgard, Assim surgiu Loki e A infância de Loki.
Há muitas diferenças entre os personagens retratados na revista e os que conhecemos hoje. Na época, Thor tinha um alter ego, Don Blake, o médico tímido e portador de necessidades especiais que nutria uma paixão secreta pela enfermeira Jane Foster. Hulk, por sua vez, era bem mais articulado que hoje. Não só era mais inteligente como suas falas eram num português erudito, entre as pérolas pronunciadas pelo Gigante Esmeralda vale destacar duas frases que retratam bem seu linguajar: "Esmagá-lo-ei com a uma minhoca..." e "Sinta minha força. Curve-se à minha frente"!
Positivo/Negativo: Em 1966, foram produzidos os primeiros desenhos Marvel para a TV - Marvel Super Heroes Show. Lançados no Brasil no ano seguinte, ficaram conhecidos como Super-Heróis Shell, em alusão ao patrocinador do programa. Hulk, Capitão América, Thor, Príncipe Submarino e Homem de Ferro eram os heróis "pra frente" que animavam a garotada da época.
Os desenhos não eram de fato animados, mas sim montagens recortadas das revistas em quadrinhos. O produto final foi um apanhado de histórias nas quais os personagens quase não se moviam, exceto pelas bocas e olhos. Esses "movimentos" eram muito repetidos, usados à exaustão em vários episódios. A série era tão tosca que, apesar de apresentar som, usava muitas onomatopéias.
Fazendo parte duma campanha de marketing, além dos desenhos animados a Shell patrocinou três revistas Ebal números "zero" (Capitão Z - Homem de Ferro e Capitão América, Álbum Gigante - Thor e Superxis - Príncipe Submarino e Hulk), que seriam vendidas/distribuídas nos postos de combustível da multinacional.
Todas as histórias da revista Álbum Gigante - Thor Zero foram produzidas pela fabulosa dupla Lee & Kirby.
Poucos contribuíram tanto para o desenvolvimento das HQs quanto Jack Kirby. Um artista anacrônico, que influenciou e influencia desenhistas de todas as gerações e não sem motivo recebeu dos fãs o título de "Rei".
Uma verdadeira lenda, pois além da criação/co-criação de alguns dos mais notórios personagens, Kirby influenciou a forma de contar as histórias em quadrinhos. Sua narrativa gráfica ainda hoje é considerada arrojada. O estilo dinâmico, capaz de passar idéia de movimento, teve e tem profundo impacto na arte de vários outros desenhistas. Se não o mais, sem dúvida, um dos mais importantes artistas dos quadrinhos de super-heróis de todos os tempos.
A técnica de Kirby é de uma força só encontrada nos grandes mestres. Seu método de narrar a história (sua marca registrada), utilizando desenhos limpos, com traços cheios, bem definidos e cenas bastante iluminadas, atraía o olhar do leitor, conduzindo-o pela dinâmica da arte seqüencial, a qual tinha a imagem como eixo da narrativa. Ele utilizava freqüentemente decupagens pouco usuais, como páginas com dois quadrinhos, cenas de página inteira e até imagens de página dupla.
Nesta revista, Kirby exibe, em algumas cenas, um belo contraste de claro e escuro, evidenciando que usava desenhos iluminados por opção, e não por limitação técnica.
Afinal, numa seqüência de artes claras o uso de um quadrinho/imagem com forte presença de escuro atrai imediatamente o olhar do leitor para aquele ponto da página, permitindo-lhe observar a plenitude da arte numa seqüência diferente da convencional.
Cada quadrinho constitui-se num signo, e a observação em seqüência desses signos permite uma percepção distinta e mais ampla que aquela observada em cada quadro individual.
Ao atrair a atenção do leitor e permitir seqüências de leituras não lineares, Kirby, por meio da narrativa gráfica, interagiria com o leitor, favorecendo cognições múltiplas. Não por acaso, a arte de Jack "O Rei" Kirby é adjetivada de cinematográfica.
Na segunda capa foi colocada a versão nacional do Hino do Poderoso Thor, no desenho animado, de autoria de Jack Urbont & Ábdon Torres: Onde o arco-íris é ponte; Onde vivem os imortais; Do trovão é deus guarda-mor; O barra-limpa; O grande Thor.
Na terceira capa há uma biografia do Deus do Trovão, contando sua origem, seus poderes, as relações afetivas e familiares tanto de Donald Blake quanto de seu alter ego divino.
E na quarta capa, a propaganda dos desenhos animados Super-Heróis Shell, indicando os canais nos quais os desenhos eram exibidos. A gravura foi usada numa extensa linha de produtos dos personagens. Havia lancheira, camiseta, bola e um sem número de produtos infanto-juvenis.
Classificação: