Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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MANGÁ TROPICAL

1 dezembro 2004


Autores: Marcelo Cassaro e Erica Awano, Fábio Yabu e Daniel HDR,
Alexandre Nagado, Arthur Garcia e Silvio Spotti, Elza Keiko e Eduardo
Müller, Rodrigo de Góes e Denise Akemi.

Preço: R$ 19,00

Número de páginas: 96 páginas

Data de lançamento: Abril de 2003

Sinopse: Em seis histórias, o álbum explora temas típicos do cotidiano
brasileiro, em HQs produzidas em estilo mangá.

Positivo/Negativo: No começo do século XXI, o mercado brasileiro
de quadrinhos presenciou a explosão dos mangás. Contudo, nossa arte seqüencial
sempre teve influência japonesa, como a professora Sonia Bibe Luyten deixa
bem claro no prefácio do seu livro Mangá - O poder dos quadrinhos japoneses.

Neste álbum da Via Lettera, coordenado por Alexandre Nagado, foram
explorados temas tipicamente brasileiros, mas com a linguagem visual do
mangá, e de maneira satisfatória. Contudo, o nível das histórias é muito
irregular.

A primeira história, intitulada Especial, da dupla responsável
por Holy Avenger, Marcelo Cassaro (texto) e Erica Awano (arte),
é a melhor da antologia. Ela alterna momentos sérios e cômicos com uma
moral simples, mas pertinente.

A desenhista faz um trabalho diferente e melhor que o da revista mensal
que a tornou famosa, com cenários mais bem trabalhados. Vale mencionar
as citações cômicas a séries japonesas consagradas e uma auto-homenagem(!)
a Holy Avenger.

Na seqüência, vem A Paz pede passagem, na qual Fábio Yabu mostra
que é um excelente contador de histórias, com um roteiro bem interessante.
Na arte, Daniel HDR reafirma seu talento, fazendo um retrato fiel da sociedade
em que vivemos.

No entanto, Yabu não consegue deixar de lado o maniqueísmo, tornando os
personagens monocromáticos, o bom é bom, o mau é mau, e assim permanecem
até o fim, como se seguissem uma sina.

Alexandre Nagado assina o trabalho seguinte, que se adequa à proposta
do livro, mas não mostra nada de novo. Uma história que começa e acaba
como se nada tivesse acontecido. Há alguns momentos de inspiração, como
quando uma folha de papel voando cobre o palavrão que é dito no balão,
mas fica só nisso.

Arthur Garcia e Silvio Spotti são os responsáveis por Um certo Cézar
Bravo Lubisome
, uma divertida e intrigante história sobre o mito do
lobisomem brasileiro, que surge em uma vila próxima à cidade de São Paulo.
A história foge totalmente aos clichês tradicionais, com um desenvolvimento
básico e um desfecho apoteótico.

Sinceramente, de EDH Müller e Elza Keiko mostra um conto sobre
vestibulares e relacionamentos. O roteiro é bem amarrado e desenvolvido
com um final surpreendente, porém a história não desperta a atenção do
leitor. Os desenhos são competentes.

A último HQ é Yurei, um fantasma na noite, de Rodrigo de Góes e
Denise Akemi. É uma fábula sobre a criação dos quadrinhos, uma história
curiosa, que pode ser considerada como contraponto da primeira história
do álbum, por apresentar uma trama que é exatamente o oposto da outra.
Ponto para os desenhos, que casam bem com o roteiro.

O livro tem um bom projeto gráfico, mas a escolha da imagem da capa é
o grande ponto fraco, pois não tem vínculo com nenhuma história em especial,
e é, no mínimo, apelativa. A idéia era mostrar uma imagem que tivesse
ligação com o título Mangá Tropical, mas os elementos que fazem
essa ponte (a paisagem tropical e a palavra mangá) ficam ofuscados pela
personagem em trajes sumários no primeiro plano. Mas isso é perdoável.
Afinal, é preciso chamar a atenção do público consumidor.

Classificação:

4,0

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