MANICÔMIO DO CORINGA
Autores: O Coringa pega leve! (HQ originalmente publicada em Joker's Asylum: Joker # 1) - Arvid Nelson (roteiro) e Alex Sanchez (arte);
O Pinguim ri por último (HQ originalmente publicada em Joker's Asylum: Penguim # 1) - Jason Aaron (roteiro) e Jason Pearson (arte);
Desflorada (HQ originalmente publicada em Joke's Asylum: Poison Ivy # 1) - JT Krull (roteiro) e Guillem March (arte);
O cavaleiro das trevas do espantalho (HQ originalmente publicada em Joker's Asylum: Scarecrow # 1) - Joe Harris (roteiro) e Juan Doe (arte);
Duas-Caras também! (HQ originalmente publicada em Joker's Asylum: Two-Face # 1) - David Hine (roteiro) e Andy Clarke (arte).
Preço: R$ 9,90
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Abril de 2009
Sinopse: O Coringa pega leve! - O Coringa invade um game show e transforma a diversão em um jogo angustiante e mortal.
O Pinguim ri por último! - Oswald Cobblepot conhece o amor de sua vida: uma garota realmente apaixonada por ele. Mas a infância traumática e o passado sombrio dele acabarão por falar mais alto...
Desflorada - Uma floresta é derrubada e dá lugar a um grande condomínio residencial. Hera Venenosa coloca um plano em prática para se vingar dos responsáveis pelo desmatamento.
O cavaleiro das trevas do Espantalho - Um grupo de adolescentes se encontra na casa de uma garota. O que eles não esperavam era ter que encarar o assustador Espantalho.
Duas-caras também! - Harvey Dent é colocado frente a frente com um bombeiro que sofreu o mesmo que ele, mas decidiu dar a volta por cima.
Positivo/Negativo: A ideia de mostrar o Coringa como um contador de histórias é interessante. Assim como acontecia nas clássicas revistas de terror da EC Comics e depois com Caim, em House of Mistery, o vilão aparece no início e no fim de cada aventura, tecendo comentários maldosos.
O problema é que as tramas são fracas e, salvo algumas exceções, não trazem nenhuma inovação ao currículo dos vilões do Batman.
Na primeira, em que o Coringa é o protagonista, tudo se resume a uma "brincadeira" insana que tem por objetivo escancarar alguns absurdos colocados em prática pelos produtores televisivos.
O tom de denúncia acaba estragando a brincadeira arquitetada pelo palhaço - uma diversão que soa um pouco falsa pela falta da usual brutalidade do Coringa.
A segunda HQ, protagonizada pelo Pinguim, é de longe a melhor da revista. Como uma espécie de "Pinguim - Ano Um", a trama de Jason Aaron conta um pouco do passado de Oswald e apresenta seus traumas de infância e seu mergulho na loucura.
Quando o grande amor do empresário aparece, o Pinguim vislumbra uma redenção e um futuro menos sombrio, mas tudo vai por água abaixo, culminando em um triste fim.
O título casa perfeitamente com o teor do conto e a arte detalhista de Jason Pearson enriquece a trama: o artista consegue transmitir as sutilezas do roteiro com mudanças sutis na fisionomia das personagens.
Desflorada é uma trama simples. A arte abusa da sensualidade da vilã, apresentando-a em trajes sumários (e bota sumário nisso - em alguns momentos, nada além de folhas cobrem suas partes íntimas). O título da HQ parece deslocado, pois seu duplo sentido não foi muito bem explorado.
O conto vivido pelo Espantalho é o pior da edição. Além de um roteiro bobo, a arte infantil chega a brigar com a natureza assustadora do vilão. Talvez a única coisa que a salve do desastre completo seja a última cena da página 81.
Por fim, a história do Duas-Caras apresenta uma versão alternativa do drama vivido por Dent. A premissa é boa - o desafio proposto pelos Duas-Caras ao bombeiro é interessante, apesar de pouco criativo. Mas o melhor mesmo fica por conta da brincadeira final feita pelo Coringa. Destaque especial para os belos desenhos de Andy Clarke.
Apesar da quantidade de páginas, Manicômio tem um preço um pouco mais acessível. A revisão deixou passar alguns errinhos, mas nada sério.
As capas originais também foram incluídas no final. Mas a maior sacada da Panini foi a data do lançamento: a revista chegou às lojas no dia 1º de abril, que foi o dia em que os loucos tomaram o Asilo Arkham, como visto na graphic novel homônima escrita por Grant Morrison e desenhada por Dave McKean.
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