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MARCELINO PEDREGULHO

1 dezembro 2010

MARCELINO PEDREGULHO

Editora: Cosac Naify - Edição especial

Autores: Jean-Jacques Sempé (texto e arte), Mario Sergio Conti (tradução). Originalmente publicado no álbum Marcellin Caillou.

Preço: R$ 45,00

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Agosto de 2009

 

Sinopse

Marcelino Pedregulho é um garoto que ruboriza a qualquer momento, sem motivo algum. Mas, quando fica envergonhado, não é sempre que fica vermelho.

Um dia, ele conhece Renê Rocha, seu novo vizinho, um garoto que espirra sem parar - e os dois se tornam grandes amigos.

Positivo/Negativo

A importância de Sempé no mundo dos cartuns é imensa. Seu traço é dos mais elegantes, seu senso de humor é delicioso, a leveza de sua obra é encantadora. E tudo isso é muito desproporcional às raras publicações de seu trabalho no Brasil.

Só por isso, um bom lançamento de um álbum de Sempé, ainda mais com aquela qualidade editorial típica da Cosac Naify já seria motivo pra se fazer festa.

Mas é mais que isso, porque estamos falando de Marcelino Pedregulho, um dos mais aclamados livros infantis de Sempé.

E que, apesar de estar classificado como tal, é uma HQ. Isso porque tem uma diagramação que lembra um livro infantil, usa letras serifadas em vez de manuscritas, mas segue todas as normas da arte sequencial - e quem duvidar que vá perguntar pro Will Eisner ou pro Scott McCloud ou pra qualquer pensador da linguagem da arte sequencial.

É a história (em quadrinhos, sim) desse garoto que, além do nome estranho (ele discorda), tem uma esquisitice fisiológica: ruboriza de forma aleatória, sem motivo. Tem um modo shuffle epidérmico, diriam os leitores mais modernos.

É a história dele e de Renê Rocha, seu melhor amigo. E é, no fim das contas, uma história de amizade daquelas de encher o coração, que parecem um domingo de sol (mesmo numa quarta-feira de chuva), que fazem o leitor se iludir até acreditar que a vida é boa mesmo.

Não importa que seja para crianças, porque tem uma virada na trama em dado momento (que ninguém aqui vai dizer qual), e a partir daí os adultos acabam sendo arremessados pra dentro da história e, pronto, o livro vira um petardo!

Marcelino Pedregulho é grande porque é uma baita história. E porque tem o traço de Sempé, claro. Mas, em português, ganhou a tradução do jornalista Mario Sergio Conti, que, com seu texto brilhante, verteu não só as palavras, mas também a leveza do autor francês, e deixou a história (em quadrinhos, enfatize-se) ainda mais gostosa.

Classificação:

4,0

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