MARGARIDA # 1
Autores: Vários (textos e desenhos).
Preço: Cz$ 4,30 (preço da época)
Número de páginas: 40
Data de lançamento: Julho de 1986
Sinopse: Quatro histórias com Margarida, Donald, Minnie e outras criações da Disney, marcando a estreia da personagem-título em revista própria.
Positivo/Negativo: Quando o gibi Margarida # 1 chegou às bancas, tão surpreendente quanto o fato de ver a patinha estrelar sua própria revista (era a primeira "mulher" da Disney a protagonizar um título regular no Brasil) foi encontrá-la com visual repaginado e a personalidade alterada - para melhor, diga-se de passagem.
Graças à equipe de roteiristas e desenhistas do Estúdio Disney da Editora Abril, comandada por Primaggio Mantovi, que produziu duas das quatro histórias desta edição, Margarida se tornou uma pata moderna, objetiva e avessa às futilidades que até então marcavam suas aventuras.
A partir dali, sempre aparecia com uma roupa diferente em cada aventura; mostrava inteligência e perspicácia para resolver problemas que os homens não conseguiam solucionar; galgava as mesmas posições profissionais e condições sociais que eram restritas, em grande parte, ao universo masculino; e, pelo menos no Brasil, saiu da coadjuvação para entrar na galeria dos principais personagens da turma de Patópolis.
Mas, apesar de começar a fazer parte dos novos tempos de emancipação feminina, Margarida não se tornou uma feminista militante. Tanto que ainda guardava algumas manias típicas de mulher, que, catalisadas pela licença poética do exagero, garantiam a comicidade de suas histórias.
Uma nova Margarida, que abre esta edição de estreia, escrita por Gérson L. B. Teixeira e desenhada por Euclides K. Miyaura, foi o marco da transformação da personagem.
Na trama, a pata segue os conselhos de um psicólogo e muda radicalmente seu modo de vestir, pensar e agir. Uma atualização não acatada pelos artistas Disney que produziam as aventuras da personagem em outros países, mas muito bem aceita no Brasil - e não apenas pelo público feminino.
Em Sucesso embolado (que ao lado da intragável O sapato deu uma mão, com Minnie, é a aventura "gringa" da revista), a Margarida tradicional dá as caras e a comparação com sua versão moderna se torna inevitável.
Finalizando a edição, Homens, tremei! (atente para a força do título da história) - por Arthur Faria Jr. e Eli Leon -, na qual o machista Donald não suporta o fato de que sua namorada entrou para o quadro de policiais de Patópolis.
E assim é Margarida # 1: um novo começo para uma personagem que os quadrinhistas brasileiros souberam explorar como poucos.
Classificação: