MARTIN MYSTÈRE # 22
Título: MARTIN MYSTÈRE # 22 (Mythos Editora) - Revista mensal
Autores: Alfredo Castelli (roteiro) e Angelo Maria Ricci (desenhos).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2004
Sinopse: Guerra Permanente (conclusão do episódio Rapa Nui) - Na Ilha da Páscoa, Robinson recupera parte de sua memória e compreende melhor sua missão: iniciar o conflito final de uma guerra insana que começou há mais de dez mil anos.
Positivo/Negativo: Interessante desfecho para a aventura iniciada na edição anterior, embora "desfecho" não seja bem a palavra, já que a trama permanece em aberto, aguardando a publicação de seu clímax, no próximo número: A Verdadeira História do Capitão Nemo (história originalmente anunciada para a edição 18 e sabiamente adiada).
Como foi mencionado nos reviews das edições anteriores, essa história faz parte de um arco que leva a um novo patamar a mitologia de Atlântida, espinha dorsal das HQs do Detetive do Impossível. O arco interliga dois importantes temas: a Guerra Permanente e a Grande Mãe.
A trama começou no número 20 da Mythos, com o episódio Mistério na Sardenha (prólogo do tema da Grande Mãe) e prosseguiu com Rapa Nui, iniciado no 21 e concluído na presente edição (introduzindo a Guerra Permanente).
Agora que o arco está sendo publicado de maneira correta, finalmente os leitores poderão compreender a polêmica aventura A Foice do Druida, continuação dos dois episódios anteriores, erroneamente publicada antes do tempo nos números 2 e 3 da Mythos. Quem tem essas revistas em sua coleção deve revisitá-las antes de ler o próximo número de Martin Mystère.
Ainda que tardia, essa preocupação da Mythos com a cronologia do personagem é muito bem-vinda, sinal de um cuidado editorial melhor, que ajudará a série a permanecer nas bancas tanto quanto os fãs do bom e velho tio Martin esperam.
Pena que, como de hábito, cada ganho seja acompanhado de um revés: no caso o aumento de 40 centavos no preço. Uma decisão muito arriscada, para dizer o mínimo, principalmente por se tratar de uma revista já bastante cara para um formatinho em preto-e-branco. Ao menos o número de páginas voltou a ser 96 (havia baixado para 88 nos dois números anteriores).
O episódio propriamente dito é empolgante e cheio de reviravoltas insólitas, aguçando a curiosidade pela solução do mistério. Os desenhos de Ricci, embora inferiores a seus trabalhos mais antigos na série, cumprem bem sua função de acentuar o ritmo e expressividade dos personagens.
O único senão é a inevitável sensação de anticlímax devido ao final aberto. Nada grave, portanto. Castelli prende a atenção como de hábito, recheando a trama com explicações interessantíssimas sobre a Ilha da Páscoa, cujos enigmas ainda permanecem, por enquanto, inexplicáveis.
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