MARTIN MYSTÈRE # 40
Título: MARTIN MYSTÈRE # 40 (Mythos
Editora) - Revista mensal
Autores: Pier Francesco Prosperi (roteiro) e Alessandro Chiarolla (desenhos).
Preço: R$ 6,50
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Novembro de 2005
Sinopse: Caçada Humana - Um ancião implacavelmente perseguido por uma organização secreta pede ajuda a Martin Mystère, levando o Detetive do Impossível a espantosas revelações a respeito das causas da Primeira Guerra Mundial e o verdadeiro destino do arquiduque Francesco Ferdinando D'Áustria.
Positivo/Negativo: Uma edição particularmente importante na trajetória do bom e velho tio Martin no Brasil. Por dois motivos: o significativo marco de 40 números alcançados, mais do que o dobro da editora Record, ultrapassando as expectativas até dos fãs mais otimistas, que não ousavam sonhar ver uma série tão cult sobreviver no mercado editorial brasileiro.
O segundo motivo é o esperado acerto na cronologia. Com a publicação de Caçada Humana, fecha-se o último buraco na continuidade. Todas as histórias entre os números 1 e 71 italianos foram publicadas no Brasil (com exceção apenas de duas edições extras: Martin Mystère Speciale 4 e Almanacco del Mistero 1988) e o caminho está aberto para os episódios mais recentes que a Mythos, aparentemente, pretende lançar na mesma ordem dos originais. A aventura do próximo número, Morte no Teatro, dá início a essa nova e bem-vinda fase.
Existem algumas poucas histórias posteriores ao número 71 que foram publicadas antecipadamente - A Seita dos Assassinos (MM # 18 e # 19), A História de Java (Seleção Tex e os Aventureiros # 5), O Segredo de Maria Madalena (MM # 6) e Recordações Sem Fim (MM # 7) - que, se tudo correr como esperado, serão alcançadas no seu devido tempo, enquanto Martin Mystère segue, firme e forte, em direção ao número 50, 100, 200 e além.
Feitas as celebrações, é hora das críticas. Embora a história seja produzida pela mesma dupla que cometeu a desastrosa Retorno a Lilliput, em MM # 11, parece que, desta vez, Prosperi fez a lição de casa, com uma narrativa bastante envolvente e uma idéia no mínimo insólita (bem diferente de sua habitual rendição aos clichês que comprometeu aventuras até interessantes, como As Pistas de Nazca, MM # 15).
Ficções históricas, que introduzem elementos fictícios nos registros da História Oficial, constituem-se num gênero fascinante quando bem explorado; e Prosperi conduz sua trama com a verossimilhança necessária (apesar de continuar com o hábito de interlúdios de ação meramente ilustrativos e, portanto, desnecessários).
Teria o arquiduque da Áustria realmente sobrevivido ao atentado que deu origem à Primeira Guerra Mundial? Mas quais poderiam ser as conseqüências atuais de um episódio ocorrido quase um século atrás, a ponto de suscitar preocupação nos Homens de Negro? A resposta, possivelmente com novas revelações, fica para o próximo número.
Os desenhos de Chiarolla continuam eficientes, embora seu estilo seja um tanto poluído, principalmente quando comparado aos traços enxutos e elegantes de Giancarlo Alessandrini no número anterior.
Mas os elaborados painéis retratando os detalhes de cidades distantes como Auckland, na Nova Zelândia, e Chapicuy, no Uruguai compensam a impressão carregada que se concentra nos desenhos dos personagens, por vezes bastante exagerados. Forma-se um equilíbrio.
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