MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 10
Título: MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 10 (Mythos Editora) - Revista mensal
Autores: Tiziano Sclavi (roteiro) e Angelo Maria Ricci.
Preço: R$ 5,50
Número de Páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2003
Sinopse: O Pesadelo de Martin Mystère - Martin testemunha um assassinato e acaba envolvido numa bizarra aventura, na qual nada é o que parece. Atormentado por estranhas visões de imagens egípcias, o Detetive do Impossível precisa desvendar o enigma antes que acabe enlouquecendo.
Positivo/Negativo: Primeira aventura do Martin Mystère escrita por Tiziano Sclavi que, posteriormente, se tornaria o celebrado autor de um dos maiores best sellers dos quadrinhos italianos: Dylan Dog.
Além desse episódio, Sclavi foi consultor da primeira edição especial Dylan Dog & Martin Mystère - Última Parada Pesadelo (publicada no Brasil em 1992, pela editora Record) e escreveu inteiramente a segunda: La Fine Del Mondo (ainda inédita por aqui).
Logicamente, a história lembra muito mais as tramas insanas do Detetive do Pesadelo do que as aventuras do bom e velho Martin. Ainda assim, Sclavi teve ousadia o bastante para surpreender os fãs da série com cenas antológicas, como o insólito momento em que Java começa a falar! É algo tão inesperado que chega a causar uma espécie de choque no leitor.
O enredo é propositalmente confuso e a maior parte das perguntas fica sem resposta, o que acaba sendo um pouco frustrante, mas é algo típico do estilo de Sclavi. O ponto forte de seus roteiros é o encadeamento de eventos num ritmo de montanha russa (pelo menos para os padrões Bonelli), segurando o leitor da primeira à última página.
Infelizmente, alguns de seus defeitos também são evidentes. No caso, o desfecho que não consegue ser tão impactante quanto a trama em si; e o excesso de situações de choque, que acaba cansando, embora, a essa altura, a história já esteja mesmo chegando ao fim.
De qualquer modo, é um episódio interessante, mas continua sendo inferior às tramas publicadas no Brasil pelas editoras Globo e Record. Estão fazendo falta aquelas memoráveis aventuras em que Martin viaja para os recantos mais exóticos em busca de respostas para os grandes enigmas da humanidade. A Mythos quase não publicou histórias desse tipo, dando preferência para episódios atípicos, nos quais o personagem aparece em situações bem fora do seu habitual.
A única coisa fraca mesmo são os desenhos de A. M. Ricci. Ele já fez ótimos trabalhos, como A Casa nos Confins do Mundo (MM # 5 e 6, Globo), mas foi gradativamente "perdendo a mão". As expressões, poses e movimentos dos personagens são forçados e exagerados, o que prejudica o ritmo da história.
A contagem regressiva para o cancelamento do título está esquentando. A não ser que alguma mudança tenha acontecido nos bastidores, essa seria a antepenúltima edição. Ao menos o fato da revista continuar sendo mensal, enquanto Dylan Dog e Nick Raider viraram bimestrais, permite criar algumas esperanças. O negócio é esperar e pagar pra ver.
Classificação: - Rodrigo Emanoel Fernandes
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