Título:
MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 2 (Mythos
Editora) - Revista mensal

Autores: Alfredo Castelli e Sauro Pennachioli (roteiro) e Cassaro e G. Casertano (desenhos).

Preço: R$ 4,90

Data de lançamento: Setembro de 2002

Sinopse: O Crime de Martin Mystère - O Detetive do Impossível
recebe um telefonema misterioso de alguém que o acusa de um crime. Martin
então se recorda de um episódio de sua juventude, quando teria matado
um homem a sangue frio para se apoderar de uma descoberta arqueológica.
Atormentado pelo remorso, chega à beira do suicídio, até começar a suspeitar
de que tais recordações talvez não sejam verdadeiras.

A Foice do Druida - Martin Mystère é procurado pela sobrinha do falecido criador de Asterix, o maior clássico dos quadrinhos franceses, que o convida a investigar um misterioso vilarejo na Bretanha que, segundo as papeladas deixadas pelo quadrinhista, teria servido de inspiração para as histórias do pequeno gaulês.

Villeaux é um lugar isolado e misterioso e, assim como a aldeia de Asterix, capaz de resistir não apenas às invasões romanas, como também às tropas nazistas. No entanto, diferente das inocentes HQs francesas, as defesas do local sempre resultam em terríveis banhos de sangue, e seus habitantes talvez não sejam exatamente humanos.

Positivo/Negativo: A Mythos programou publicar doze edições de cada série Bonelli para poder avaliar o desempenho das revistas em bancas tupiniquins num período de um ano. Os títulos que se mostrarem bem-sucedidos continuarão após esse período, os demais serão cancelados.


Ou seja, se Martin Mystère não atrair leitores suficientes nos
seus primeiros números será difícil que a série continue. Pensando assim,
os desastrosos erros cometidos pela Mythos nesta edição e na
seguinte podem atrapalhar muito a sobrevivência da revista.

Pra começar, Mystère tem inúmeras aventuras excelentes inéditas no Brasil e a editora escolheu para o número 2 exatamente algumas das mais fraquinhas. O Crime de Martin Mystère não é ruim, mas é muito simplória, sem graça em comparação com as demais histórias. Sua única vantagem é explicar melhor os objetivos dos "Homens de Preto", mas dificilmente impressionará os novos leitores em potencial.

Já A Foice do Druida destaca-se devido aos desenhos fortes e atraentes de Casertano, e o mistério apresentado em suas primeiras páginas é intrigante o suficiente para levar o leitor a comprar o número 3, para saber o fim da trama. O problema é que esse desfecho será bastante decepcionante para quem não conhece a série.

Pra piorar, a capa é muito fraca. O Druida com a foice tem cara de débil mental. Ao contrário do número 1, desta vez não houve nenhuma preocupação da Mythos em valorizar o desenho original de Alessandrini com um tratamento especial de cor.

A encadernação também é ruim, as páginas centrais se amassam e dobram no simples ato de abrir a revista, o que dificulta a leitura. Com tudo isso, não é de se estranhar que a série tenha dificuldades em se firmar no Brasil. O que é uma pena. Afinal, quadrinhos inteligentes e com preços acessíveis estão ficando cada vez mais raros; e o bom e velho Martin merecia um tratamento melhor.

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