Título:
MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 3 (Mythos
Editora) - Revista mensal

Autores: Alfredo Castelli (roteiro) e G. Casertano (desenhos).

Preço: R$ 4,90

Data de lançamento: Outubro de 2002

Sinopse: A Noite do Homem Lobo - Conclusão do episódio A
Foice do Druida. Martin Mystère, sua noiva Diana e seu fiel assistente
Java viajam para Villeaux, Bretanha, um misterioso vilarejo, habitado
por uma população de ascendência celta, que foi capaz de resistir tanto
às invasões romanas quanto às nazistas e, supostamente, teria inspirado
as HQs de Asterix.

Chegando lá, nossos heróis deparam-se com dois camponeses que são parecidíssimos com Asterix e Obelix! Entretanto, algo de muito sinistro acontece em Villeaux. Algo que parece emanar de um velho poço no centro da vila, e tem a capacidade de transformar os camponeses em lobisomens a cada noite de lua cheia.

Martin terá que escapar não apenas das criaturas, mas também de uma seita de neonazistas interessados em apoderar-se do que quer que seja capaz de transformar um grupo de ermitões num exército insuperável.

Positivo/Negativo: Essa é, sem dúvida, uma das aventuras mais movimentadas e rocambolescas de Martin Mystère, e talvez seja esse o motivo que levou a Mythos a publicá-la já no começo da série (na Itália, ela saiu no número 50 e 51).

O problema é que justamente essa história deixa de lado um dos elementos mais importantes da série: a verossimilhança. Por mais fantasiosos que sejam os elementos de uma trama, Castelli sempre procurava mesclá-los com fatos reais, e seus roteiros seguiam uma linha lógica, que levava o leitor a suspender completamente a descrença e permitir-se acreditar nas teorias fascinantes do protagonista.

A Noite do Homem Lobo, ao contrário, parte pra "viagem" completa, uma mistura louca de elementos disparatados: Asterix, nazistas, celtas, lobisomens, ficção científica, tudo isso mesclado à famosa mitologia de Atlântida, sempre presente na série. O resultado é divertido, mas muito confuso, especialmente para um leitor eventual, interessado em conhecer o título.

E ele ficará ainda mais desconcertado ao perceber que a história é a segunda de um "arco" formado por três episódios, que começa na edição 34 da série italiana (Il mistero del nuraghe) e termina na 79 (La donna immortale). Aparentemente, a Mythos não se preocupou com esse fato, já que nem colocou um texto explicativo para situar o leitor.

Na página 77, o episódio Il mistero del nuraghe é mencionado por Martin, e a única explicação da editora é uma notinha lacônica: "Aventura ainda inédita"! Vamos ver se, ao menos, se preocupará em publicar o desfecho da trama.

A capa consegue ser um desastre ainda pior do que a do número 2. Novamente não foi feita uma colorização especial, e o desenho caricatural de Alessandrini parece por demais ridículo para olhos apressados passando sobre os títulos expostos na banca.

A Mythos fez um trabalho excepcional com as capas do Mister No. Por que não fazer o mesmo com Martin Mystère? Afinal, o interesse não é que a série conquiste leitores? Com um trabalho de divulgação tão descuidado fica difícil. pelo menos a encadernação melhorou muito.

Classificação: