Título:
MARTIN MYSTÈRE - O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL # 4 (Mythos
Editora) - Revista mensal

Autores: Alfredo Castelli (roteiro) e A. M. Ricci (desenhos).

Preço: R$ 5,50

Data de lançamento: Novembro de 2002

Sinopse: A Esfera de Cristal - Martin Mystère recebe pelo
correio uma estranha esfera dotada de incríveis poderes mágicos. Ao mesmo
tempo, começa a ser assombrado por um gato fantasma, que parece uma versão
macabra do gato de Alice no País das Maravilhas.



Tentando descobrir o que significa tudo isso, Martin parte para a Inglaterra
em busca do remetente da misteriosa encomenda, e acaba deparando-se com
uma trama delirante, que envolve magia, civilizações desaparecidas, um
homem com três olhos e o desaparecido explorador inglês Percy Fawcett.

Positivo/Negativo: A Mythos se redime com uma edição sensivelmente
melhor do que as anteriores. A capa ganhou uma colorização especial, que
a deixou visualmente muito mais atrativa. Outro ponto positivo foi a publicação
de uma nota indicando em qual edição italiana a história foi publicada.



Infelizmente, esses dois pontos altos são praticamente neutralizados pelo
pesado aumento no preço. Se a revista já estava tendo dificuldades em
atrair os leitores custando 4,90, imagine por 5,50! Dois números relativamente
fracos seguidos por um aumento não parece ser uma boa estratégia de vendas.
Ainda assim, os fãs da série ousam ter esperança de que Martin tenha vindo
pra ficar desta vez.



Quanto à história, seu único ponto baixo são os desenhos duros e estáticos
de Ricci, que tiram muito o dinamismo do roteiro e parecem não casar bem
com a temática onírica, que lembra muito as narrativas delirantes de Dylan
Dog.



O engraçado é que o artista já se mostrou capaz de um trabalho muito melhor.
Ele desenhou duas das melhores aventuras de Martin publicadas por aqui
pela Globo: A Casa nos Confins do Mundo e O Triângulo
das Bermudas. Desta vez, entretanto, errou a mão. A velhinha, que
deveria ser simpática e com uma aparência inofensiva, em alguns quadros
parece um homem gordo e papudo. Uma pena.



Já o roteiro de Castelli e intrigante como de praxe, e é uma grata surpresa
o trecho referente a Fawcett, que foi tão bem retratado nos quadrinhos
tupiniquins no, já clássico, álbum de André Diniz e Flávio Colin. O mistério
do desaparecimento do célebre explorador é mesclado habilmente com uma
trama que prenuncia elos inesperados com o lendário País das Maravilhas
de Lewis Caroll.



O desfecho, no próximo número,
aprofundará ainda mais essas primeiras impressões. Não é uma das melhores
aventuras da série, mas mesmo assim está acima da média das HQs publicadas
no Brasil atualmente.

Classificação: