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MARVEL ACTION # 18

1 dezembro 2008


Autores: Demolidor - Ed Brubaker (roteiro) e Michael Lark e Stefano Gaudiano (arte);

Pantera Negra - Reginald Hudlin (roteiro) e Francis Portela (desenhos);

Justiceiro - Diário de Guerra - Matt Fraction (roteiro) e Ariel Olivetti (arte).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Junho de 2008

Sinopse: Demolidor - Matt Murdock está algemado dentro de um carro de polícia. Enquanto isso, do outro lado da Cozinha do Inferno, o Gladiador invade o apartamento dos Murdock para atacar Milla.

Pantera Negra - O Quarteto Fantástico tenta se aliar com os Skrull e descobrir o que aconteceu com o planeta Terra nessa dimensão, mas os zumbis continuam sua matança.

Justiceiro - Diário de Guerra - Castle se infiltra na organização do Monge do Ódio, mas é descoberto. Agora está preso, prestes a ser executado por um bando de nazistas e a única pessoa que pode salvá-lo e seu novo parceiro: Stuart Clarke.

Enquanto isso, na S.H.I.E.L.D., Tony Stark assumiu o comando e não gostou nem um pouco das últimas atividades de G.W. Bridge. Então, ele o chama para uma conversa e o demite.

Positivo/Negativo: A cada edição Demolidor surpreende por continuar sendo um excelente título mensal de ação. E, como se vê neste número, ação não é construída só com seqüências de pancadaria. Existe toda uma preparação para chegar ao momento do embate físico.

Brubaker começa com a construção de uma tensão: a cena do Demolidor preso em contraponto com o ataque do Gladiador a Milla (uma situação que o leitor traz desde a edição anterior). Depois, ele imprime uma velocidade frenética, fazendo o leitor virar as páginas rapidamente, correndo os olhos pelos quadros e balões enquanto o Demolidor foge e tenta chegar até a sua casa.

Então, Brubaker quebra o ritmo. Faz uma pausa necessária para cristalizar todo o nervosismo, enquanto o Demolidor analisa o apartamento para descobrir onde está sua esposa. E, finalmente, chega o momento perfeito para o grande e violento combate.

E tudo isso com a arte bem executada por Michael Lark e Stefano Gaudiano. Com uma narrativa visual que potencializa essa velocidade, a quebra de ritmo e todo o ambiente em que se passa a história.

Além disso, há uma trama maior acontecendo por trás do surto de violência de Melvin Potter, das drogas que os parceiros do Tucão estão distribuindo e de outros elementos deixados no tabuleiro. Com certeza, vai demorar muito para outro super-herói ter a sorte de viver uma fase boa tão longa como esta do Demolidor.

Pantera Negra é, no máximo, mediana. Na verdade, se você pensar que está lendo a revista do Quarteto Fantástico ou Zumbis da Marvel pode até se divertir um pouco.

Aliás, falando dos zumbis, eles tiveram grande participação nesta edição - por isso, quem não leu a minissérie publicada em Marvel Max talvez não aproveite tanto. O pior é que não é algo que um resumo resolvesse.

A questão está na dinâmica dos zumbis como grupo, no comportamento deles. Na minissérie, o leitor teve todo um tempo para se familiarizar com esses personagens. Aqui, não. E não os entendê-los, tira o pouco de graça que a revista tem.

Outra coisa que não funciona com o predomínio dos zumbis é o desenho de Portela. Ele tem boa técnica, um traço sem um estilo característico, mas que funciona para o "mês a mês".

A questão é que os zumbis pedem um pouco mais de podridão, um desenho sujo, com detalhes cruéis e nojentos. Algo que chegue a amedrontar. E, infelizmente, Portela está longe de conseguir isso.

A outra metade da revista fica por conta de Justiceiro - Diário de Guerra, que dá a séria impressão de não acontecer nada por duas edições. Fraction optou por começar e terminar as duas histórias com Castle preso e prestes a ser executado pelo Monge do Ódio e recontar o que aconteceu usando flashbacks.

Com isso, apesar de ter a história do Justiceiro entrando para o grupo do Monge (com a impagável luta contra um touro) e as tramas paralelas de Stuart Clarke e G. W. Bridge, as duas HQs deixam a impressão de estarem "girando em falso".

Nesta edição, o Justiceiro veste seu uniforme inspirado no do Capitão América. Para muitos, essa admiração dele pelo Sentinela da Liberdade faz todo sentido, pois ele representa os ideais que Castle abriu mão para seguir em sua jornada de vingança.

Agora, vê-lo vestido de uniforme completo, como um super-herói qualquer, depois de anos lendo as histórias do personagem escritas por Garth Ennis, é muito estranho.

O Justiceiro admirar o Capitão América, tudo bem. É algo que Fraction tem construído desde o seu começo do título. Mas é difícil não ter ressalvas, já que há as diferenças que os próprios norte-americanos costumam fazer, entre o "herói" criado pela 2ª Guerra e o "anti-herói" que voltou do Vietnã.

O Justiceiro com este uniforme não combina com sua personalidade. Apesar de todas as caveiras espalhadas pelo traje, das armas que carrega, dá vontade de rir do sujeito. Principalmente na cena em que aparece no quarto do Stuart Clarke, com as mãos na cintura, fazendo pose de herói. Se tivesse uma capa ou uns fogos de artifício ao fundo, seria a entrada triunfal.

Depois de algumas edições, a arte de Ariel Olivetti começa a cansar um pouco. Não é o traço em si, que é muito bom, detalhista e, ao mesmo tempo, sintético. O problema está na cor digital que chama muito a atenção no primeiro momento, mas depois vai deixando o desenho com um ar "emborrachado" que não destoa do Justiceiro.

Talvez até combine com o Justiceiro que se veste uniforme de super-herói, mas, no geral, cria uma atmosfera estranha.

Algo que não dá para entender sobre a edição nacional é por que ela recebeu a faixa com a palavra Iniciativa na capa.

A Iniciativa não é um evento da Marvel, mas sim um projeto de Tony Stark que agrega os heróis registrados; e o mix de Marvel Action não traz nenhum deles.

Não dá para dizer que a faixa foi colocada em todas as revistas, porque Marvel Max, por exemplo, que também não tem histórias de heróis registrados, não a ostenta na capa.

Classificação:

4,0

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