MARVEL APRESENTA # 16 - ELEKTRA - DÍVIDA DO DEMÔNIO
Título: MARVEL APRESENTA # 16 - ELEKTRA - DÍVIDA DO DEMÔNIO
(Panini Comics)
- Revista bimestral
Autores: Mike Carey (roteiro) e Salvador Larocca (arte).
Preço: R$ 8,00
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Março de 2005
Sinopse: As versões Millennium de Demolidor e Elektra enfrentarão o Rei do Crime.
Positivo/Negativo: Este primeiro Marvel Apresenta com histórias do Ultiverso não poderia ser pior. Com uma história longa demais em uma revista relativamente cara, que nem apresenta as capas originais, o material só pode se apoiar no carisma dos personagens originais e na fama do desenhista, o que não foi suficiente.
As versões Millennium apresentadas até agora foram sempre uma atualização de personagens, liberando-os de décadas de cronologia confusa, o que muitas vezes criou histórias melhores que as originais.
Infelizmente, no caso de Elektra, sua "atualização" foi tão distinta da original que tornou a personagem uma mera caricatura. É claro que é praticamente impossível superar o original de Frank Miller para a ninja assassina, mas se pode fazer histórias boas a partir das mesmas premissas, o que não acontece nesta versão.
A Elektra Ultimate não é ninja, não é assassina, não teve seu pai assassinado e nem é órfã, todas as características centrais da personagem que os fãs conhecem.
O Demolidor aparece pouco e só serve como curinga quando a personagem está irremediavelmente encrencada e para fazer o contraste com a forma de ela fazer justiça.
Outro personagem que sofreu uma grande descaracterização foi o Mercenário. Começando pelo seu nome, no lugar do tradicional Bullseye (que pode ser traduzido como "na mosca") ele foi batizado Benjamin Poindexter, que foi usado por Frank Miller para o personagem, mas foi logo abandonado (Poindexter, além de ser o menino-gênio que ajudava o Gato Félix, é uma contração de palavras que podem ser traduzidas como "habilidade de apontar").
Além disso, a personalidade do vilão foi mais ligada à mostrada no filme do Demolidor do que à original. O visual ficou um misto do uniforme semelhante ao original e a tatuagem do filme.
Quanto à arte, claro que Salvador Larocca tem sua legião de fãs, pois tem um desenho limpo, funcional, realista e faz boas cenas de ação. Mas ele não inova, sua narrativa é lenta e desperdiça espaços com desenhos que não mereciam ser painéis.
Além disso, nesta edição ele fez um trabalho um tanto desleixado, sem muito apego a detalhes e cenários. No primeiro quadro, a mão que segura a carta de baralho está com um paletó de manga azul-escura; quando a imagem se abre, vemos que a pessoa jogando paciência está com terno branco, além de em diversos momentos as cartas de baralho aparecerem totalmente em branco.
Claro que isso não é culpa só do desenhista, mas também do editor original Ralph Macchio, que não deve ter dado a atenção devida ao título.
Juntando todos esses ingredientes sonsos a uma trama fraca, sem grande suspense ou tensão e uma narrativa morosa, eis umas as piores histórias da linha Marvel Millennium.
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