Uma revista em formato americano, com papel especial, apresentando HQs que marcaram época na Marvel e em edições coloridas custando apenas R$ 1,99?

A iniciativa da Panini de lançar Marvel + Aventura é de tirar o chapéu. É a chance que muitos terão de conhecer excelentes HQs clássicas da "Casa das Ideias" ou relê-las no tamanho original.

É claro que isso também tem o objetivo de angariar novos leitores para os quadrinhos de super-heróis, mas quem entrar nesse universo por meio desta revista descobrirá, em pouco tempo, que tudo é muito diferente nos gibis de linha mensais.

A cronologia confusa, as mudanças radicais e contínuas na vida dos personagens - e no Universo Marvel em geral - e outros fatores que atormentam os colecionadores podem desestimular os desavisados que entrarem de cabeça.

Imagina-se até mesmo a difícil tarefa editorial de escolher uma HQ isolada, de pouco mais de 20 páginas, que não esteja atrelada a um arco específico ou não traga uma grande bagagem cronológica. Não será surpresa se, nas próximas edições, alguma vier com mais páginas.

Talvez a revista caia mais no gosto dos veteranos do que atraia novos leitores, mas isso só o tempo dirá.

Ainda assim, não dá para entender por que a primeira edição de Marvel + Aventura trouxe Animal ferido como pontapé inicial desse resgate de aventuras clássicas.

A HQ, publicada no País pela primeira vez em 1987, no gibi Heróis da TV # 100, da Editora Abril, foi reeditada pela própria Panini há menos de quatro anos, em Marvel - 40 anos no Brasil.

Não é uma história inesquecível e o roteiro mediano tem apenas o discutível valor de trazer a estreia de Lady Letal.

Por outro lado, a arte impecável de Barry Windsor-Smith é um deleite para os olhos de qualquer fã de quadrinhos, esteja ele começando agora ou não no "ofício".

Fica a expectativa para uma edição com mais impacto do que esta.