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MARVEL ESPECIAL # 18 - MARVEL 2099

1 dezembro 2010

MARVEL ESPECIAL # 18 - MARVEL 2099

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Eric Battle (roteiro), Brian Reed, Wes Craig e Frazer Irving (arte) - Publicado originalmente em Timestorm 2009/2099 # 1 a # 4, Timestorm 2009/2099 - Spider-Man e Timestorm 2009/2099 - X-Men.

Preço: R$ 14,90

Número de páginas: 144

Data de lançamento: Maio de 2010

 

Sinopse

Arrancados de sua época e jogados num futuro estranho e hostil, Homem-Aranha e Wolverine se envolvem numa complicada trama que pode causar a destruição de todo o fluxo do tempo.

Futuro e presente lado a lado numa corrida para evitar a aniquilação.

Positivo/Negativo

Que a Marvel gosta de reaproveitar (e, por vezes, reapresentar) o que já deu errado não é novidade a ninguém. É o caso da série Timestorm 2009/2099, publicada em seis edições no ano passado nos Estados Unidos e reunida pela Panini numa edição de Marvel Especial sob o genérico título Marvel 2099.

O leitor veterano dos quadrinhos da "Casa das Ideias" vai imediatamente reconhecer a referência: a malfadada linha de HQs de super-heróis ambientada num futuro distópico.

Publicada entre 1992 e 1998, a linha apresentava novas versões de personagens clássicos, como Homem-Aranha, X-Men, Hulk, Justiceiro e Quarteto Fantástico, mostrando a ação numa época em que a segurança do planeta é controlada por uma grande corporação, os pobres e rebeldes moram abaixo da superfície, grandes tecnologias movimentam o mundo e os superpoderosos do passado, (quase) todos mortos, se tornaram lendas.

Apesar de um certo interesse nas primeiras edições, logo o fôlego das tramas se esgotou, e as revistas foram canceladas.

Depois de uma ou outra visita àquela cronologia, eis que a Marvel decide retomar determinados aspectos nesta Timestorm 2009/2099. O curioso é que, apesar de utilizar os personagens criados para a linha, quase nada do que foi desenvolvido na época sobrevive aqui.

Misturando passado e presente, como o título anuncia, a trama começa com a viagem no tempo do policial Jake Gallows (o Justiceiro do futuro) a 2009, em busca dos responsáveis pelo assassinato de sua família. Sua ida, porém, guarda várias surpresas, as principais delas envolvendo uma conspiração da Alchemax (a tal grande corporação) e uma mutante hiper-sensitiva que cruza o caminho do Homem-Aranha do presente e pode ser a chave da salvação da Terra.

É tudo assim mesmo, meio exagerado, pretensamente épico, confuso. Faz jus ao nome original da história, Tempestade Cronológica, mantido internamente pela Panini. Das seis edições, escritas por Brian Reed, quatro são desenhadas por Eric Battle, uma (protagonizada por duas versões do Aranha) por Wes Craig e outra (com dois Wolverines) com traços a cargo de Frazer Irving.

Battle abandona a cronologia da linha 2099 tradicional e cria um enredo independente, que lança várias pistas aos conhecedores, mas permite que qualquer leigo acompanhe os desdobramentos da aventura.

Se por um lado pode funcionar para chamar a atenção de novos leitores, que nunca tomaram contato com boa parte daquelas figuras anteriormente, por outro faz soar o projeto como explicitamente oportunista. Afinal, qual nostálgico não teria curiosidade de espiar por que a Marvel decidiu retomar aquele universo futurista?

Esse leitor veterano tem grandes chances de se frustrar. O Miguel O'Hara que aparece na série não é o mesmo que se tornara o Homem-Aranha 2099, mas uma versão juvenil, que inclusive tem problemas de relacionamento na escola, é infernizado pelo fortão da sala (quanta originalidade...) e se torna o aracnídeo após um acidente escolar (sem comentários).

Jake Gallows até mantém o jeito durão do Justiceiro, mas efetivamente quase não aparece na aventura.

O Wolverine do futuro só tem a particularidade de não ter um dos braços, enigma absolutamente desperdiçado pelo roteirista e do qual ninguém sentiria falta se lá não estivesse.

E o Motoqueiro Fantasma também só aparece para fazer pose e servir de "transporte salvador".

Salvam-se os Hulks (sim, vários), que antes eram um dos bons achados das versões 2099 e aqui dão bastante trabalho e rendem bons momentos, e o Dr. Destino, cuja presença dá uma falsa ideia de sua verdadeira função em cena.

Por sua vez, o leitor leigo que se interessar por Marvel 2099 vai acompanhar uma narrativa razoavelmente divertida, ainda que completamente sem pé nem cabeça. Dificilmente vai querer conhecer mais daquele universo, muito menos buscar as referências da versão dos anos 90 (toda ela publicada no Brasil em formatinho pela Abril).

É a típica edição-passatempo, que não compromete ninguém, mas depois de lida vai ser guardada na coleção e, provavelmente, nunca mais mexida. Nesse sentido, a versão "tradicional" do mundo de 2099 da Marvel está em vantagem: ainda vale a pena reler um ou outra história daquela fase, de vez em quando.

A Panini, ao menos, farejou o apelo limitado de Marvel 2099 e a lançou em edição única, bastante simples, com papel pisa-brite (o mesmo das revistas mensais) e a um preço justo pela qualidade editorial e também artística.

Classificação:

4,0

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