MARVEL ESPECIAL # 3 - ABDUÇÃO
Título: MARVEL ESPECIAL # 3 - ABDUÇÃO (Panini
Comics) - Revista trimestral
Autores: Dwayne McDuffie (roteiro) e Scott Kolins (arte).
Preço: R$ 14,90
Número de páginas: 136
Data de lançamento: Agosto de 2007
Sinopse: Um grupo de heróis e vilões - que inclui do Homem-Aranha, Hank Pym e Vespa até Venom e Kraven - é misteriosamente abduzido para um planeta nos confins do universo por uma poderosa entidade alienígena. Sua missão: ser o último sobrevivente numa batalha pelo poder absoluto.
Positivo/Negativo: Dwayne McDuffie não tem tantos trabalhos ainda na Marvel, mas nesta edição ele parece ser um talento desperdiçado. O autor mostra ter boas idéias, conceitos interessantes, porém está amarrado a um projeto bem "protocolar" da editora.
De tempos em tempos, a Marvel sente a necessidade de relembrar seus grandes eventos e, apesar da referência não parecer tão clara na edição nacional, logo nas primeiras páginas o leitor sabe que essa é uma dessas histórias.
Originalmente, a série se chama Beyond! e, qualquer fã antigo da editora vai associar diretamente esse título ao personagem Beyonder, pivô do primeiro mega-evento da editora: As Guerras Secretas.
Obviamente o personagem apareceu mais vezes nas continuações não tão populares da série e, aqui, tem-se a impressão de que está de volta. Tudo remete ao evento original. Começa com um herói sendo atraído para um nave espacial estranha, na qual ele descobre estar com diversos outros personagens que serão levados a um planeta hostil onde lutarão até a morte para ter seus desejos atendidos.
O grande problema está aí. Dão essa premissa para o roteirista e o mandam enrolar por seis edições. Obviamente, sai uma história cansativa e dispensável. Contudo, um leitor paciente pode aproveitar alguns pontos altos e até ter uma pequena surpresa no final.
Apesar trabalhar com alguns personagens complicados, como Hank Pym, Vespa, Capuz e os novos Kraven e Venom, McDuffie tira umas sacadas da cartola e vai surpreendendo aos poucos.
A primeira grande idéia é na luta entre o Aranha, que logo é revelado não ser o verdadeiro, e o Venom. Os dois estão brigando e, como nas outras cem milhões de vezes, o vilão vai perder. Mas ele cria uma cauda de escorpião com o simbionte e mata o herói, deixando claro que esse Venom não é mais o bom e velho Eddie Brock.
Outro personagem bem trabalhado no decorrer da história é Hank Pym. Muitos autores tiveram problemas para usá-lo nos Vingadores, mas, aqui, ele está bem à vontade no papel de cientista do grupo, com vários truques encolhidos na manga. Além disso, seu romance com a Vespa continua sendo discutido nesta trama.
Fora isso, sobram as surpresas de quem está por trás de tudo, um personagem novo e na interessante forma como ele é derrotado.
Na última parte, o Vigia aparece e, obviamente, não pretende intervir, só olhar. Mas sua simples presença muda o curso da história, mostrando que é praticamente impossível existir um observador totalmente imparcial.
A arte de Scott Kolins ajuda a manter um bom ritmo e um clima gostoso. O artista sabe acrescentar traços na medida certa. Olhando alguma parte do desenho isoladamente parece que seus riscos são desnecessários, mas observando os quadros como um todo vê-se que cada um está ali para compor o visual.
Merece uma nota a presença do tal Gravidade, que apareceu bem pouco até hoje nas revistas da Marvel. Ele é o grande mistério da série, uma vez que, após a sua breve participação, o Vigia faz um longo discurso sobre o jovem ser um grande herói e que sua história está apenas começando.
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