Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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MARVEL MAX # 11

1 dezembro 2004


Autores: Poder Supremo - J. M. Straczynski (roteiro) e Gary
Frank (desenhos);

Alias - Brian Michael Bendis (roteiro) e Michael Gaydos (desenhos);

Justiceiro - Nascido para Matar - Garth Ennis (roteiro) e Darick
Robertson (desenhos).

Preço: R$ 4,90

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Julho de 2004

Sinopse: Na conclusão do primeiro arco de Poder Supremo,
o esperado encontro de Hipérion com o Borrão de Atlanta e Falcão Noturno.

Em Alias, Jessica Jones começa a investigação de seu mais recente
caso.

Na segunda parte de Nascido para Matar, Frank Castle começa a mostrar
por que é um legítimo homem da guerra.

Positivo/Negativo: O primeiro destaque da história de Poder
Supremo
é o encontro de Hipérion com o Borrão de Atlanta. O bate-papo
entre eles funciona muito bem, em especial quando é visto como um contraponto
ao segundo destaque, que é o monólogo de Hipérion para o Falcão Noturno.

Se com o primeiro há uma conversa informal, ainda que com muitas ressalvas
de ambos os lados, com o segundo não há nada, e sim um blá-blá-blá politicamente
correto quase perfeito em seu escancarado sarcasmo.

É quase perfeito, porque o discurso de Mark sobre igualdade soa um pouco
falso quando lembramos que ele foi criado referindo-se a asiáticos e a
outros "inimigos" dos Estados Unidos de modo bem preconceituoso.

Ainda sobre a "conversa" com o Falcão Noturno, o que ficou muito interessante
foi a personalidade deste. Longe de ser um clone de Batman, ele parece
ser o personagem com maior potencial da série até aqui.

Resta saber se nas futuras histórias ele dará uma surra em Hipérion, como
seu "primo" da DC Comics costuma fazer regularmente com um certo
Azulão.

É verdade que nas duas últimas partes do arco a qualidade foi levemente
inferior às demais, mas a trama engendrada por Straczynski leva a crer
que se trata apenas de um bálsamo para o leitor, e um vislumbre do que
está por vir. O último quadrinho, com Mark "pegando a Terra" é um belo
sinal disto.

Além do roteiro extremamente instigante do autor, que já recebeu suficientes
elogios, o que colaborou de maneira absurda com a excelência deste primeiro
arco da série foram os desenhos de Gary Frank.

Particularmente neste número, ele está perfeito em cada quadro, principalmente
na humanidade que transmite nas expressões dos personagens.

Ainda falando de arte, a segunda história da revista é de Alias,
que além dos soberbos desenhos de Michael Gaydos, tem mais uma surreal
capa de David Mack, devidamente reproduzida em página inteira no miolo
da revista.

O que pode ser dito sobre a arte de Gaydos foi bem resumido pelo editor
Fernando Lopes na seção de cartas: "um dos artistas com melhor domínio
de técnica narrativa em atividade no mercado americano de quadrinhos".

Claro que o maior mérito da narrativa propriamente dita pertence ao roteirista
Brian Michael Bendis, mas em muitos momentos (para não dizer em todos)
fica impossível imaginar outro desenhista fazendo os traços da apaixonante
Jessica Jones.

Quanto à história, é apenas mais um caso de desaparecimento para nossa
heroína, e um completo delírio visual e mental para as mentes impressionáveis
dos leitores.

Para fechar com muito estilo, o segundo capítulo de Nascido para Matar.

Garth Ennis começa, literalmente, a mostrar suas armas, e toda a seriedade
quase que inexistente nas tramas de sua série regular do Justiceiro, torna-se
o ponto chave desta minissérie que não faz feio frente a roteiros clássicos
de filmes que retratam a Guerra do Vietnã, como o próprio Nascido para
Matar
, de Stanley Kubrick, ou Platoon, de Oliver Stone.

No entanto, sendo Ennis o "sem-noção" que é, as próximas edições devem
ser um misto de Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, com O
Franco-Atirador
, de Michael Cimino. Boas referências não faltam.

Também é ótimo notar a arte de Darick Robertson, que evoluiu sobremaneira
desde o quase caricatural (talvez proposital) da série Fury, realizada
em parceria com o mesmo Ennis. E não fica atrás a bela capa desenhada
por Wieslaw Walkuski.

Nesta edição, ainda mais do que na anterior, nota-se que se os roteiros
das três séries são fenomenais, os desenhos também seguem a mesma trilha,
e o casamento perfeito entre eles faz a revista inteira ser uma leitura
prazerosa como poucas.

Vale também um último destaque para o editor Fernando Lopes, que continua
o belo trabalho do glossário sobre a Guerra do Vietnã, e ainda conseguiu
destrinchar outra das referências pop em Alias.

Classificação:

4,0

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