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Reviews

MARVEL MAX # 2

1 dezembro 2003


Título: MARVEL MAX # 2 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: Viúva Negra - Greg Rucka (argumentos), Igor Kordey (desenhos) e Chris Chuckry (cores);

Alias: Conexão Mistério - Brian Michael Bendis (argumentos), Michael Gaydos (desenhos) e Matt Hollingsworth (cores);

Cage - Brian Azzarello (argumentos), Richard Corben (desenhos) e Jose Villarrubia (cores).

Preço: R$ 4,50

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Outubro de 2003

Sinopse: Viúva Negra - Ao tentar resolver o mistério do assassinato de seu ex-mentor e do vazamento de segredos da agência de espionagem russa, Yelena Belova descobre mais detalhes sobre as obsessões sexuais dele. Enquanto isso, mesmo contra suas ordens, o detetive Maks continua no caso, por sua própria conta e risco.

Alias: Conexão Mistério - O que era um caso simples vira uma bomba, quando Jessica Jones acaba esbarrando num dos mais importantes segredos dos Estados Unidos. E agora que a mulher que ela deveria encontrar foi assassinada, a detetive começa a perceber que "coincidência" não é uma palavra que possa ser aplicada nessa situação.

Cage - Máfia, gangues e policiais corruptos. E, no meio disso tudo, Luke Cage, tentando entender essa bagunça toda e ver que vantagens pode levar nessa; além de ainda tentar descobrir quem matou Hope Dickens e continuar curtindo sua cervejinha.

Positivo/Negativo: Uma edição de desenvolvimento de tramas. A primeira edição de Marvel Max apresentou três novas séries de mistério aos leitores. Então, é até lógico que esta segunda tenha esse ar de "meio-de-temporada" de seriado de TV. Nada de muitas respostas, mas sim várias novas perguntas.

Viúva Negra passa da metade de sua trama (é uma minissérie em três edições) e começa a mostrar para onde a história caminha: lugar nenhum. Greg Rucka, que a escreveu, é considerado, por parte da crítica especializada e dos leitores americanos, um dos mais importantes roteiristas atualmente. Ele também tem alguns romances policiais de razoável sucesso disponível nas livrarias.

Agora, após ler o seu trabalho em Elektra e essa mini da Viúva Negra, fica cada vez mais difícil entender o porquê disso.

Se na primeira edição o roteirista preparava um cenário que podia gerar uma história interessante, aqui ele parece disposto a seguir todos os caminhos fáceis de como contar uma história, desovando clichês vividos por personagens desinteressantes, contados sem a mínima inspiração.

Rucka tem uma última parte para salvar Viúva Negra do inferno de obviedades em que a enfiou. Talvez até consiga diminuir a impressão de que a espiã russa é a personagem mais dispensável de toda a revista. Pena que é difícil acreditar nisso, tanto pelo que ele apresentou até agora, quanto, principalmente, pela concorrência.

Sim, as outras séries de Max começam a pegar fogo nesta edição.

Alias mostra a calma e eficiência de Bendis. Se o trama anterior serviu para apresentar Jessica Jones e o que seria o estopim de seus problemas futuros, agora ele começa a mostrar que o buraco onde ela se meteu é fundo pra diabo.

O caso simples que ela achava ter em mãos, não era nada do que parecia. A paranóia dela aumenta. Novos fatos pioram ainda mais sua situação. E Jones ainda tem um dos maiores segredos dos EUA gravados numa fita de vídeo.

O leitor fica na mesma posição da protagonista, quer seja descobrindo coisas ou estando perdido em meio a tantas informações falsas. Mas é o tipo de truque de roteiro que, para funcionar (ainda mais com o ritmo de Bendis), você precisa principalmente de uma coisa: um bom personagem.

Brian Michael Bendis ama Jessica Jones como poucos roteiristas amam seus personagens, e isso se mostra no controle que tem dela. Os diálogos e as narrações em primeira pessoa funcionam não só pelo que contam, mas também pela forma, velocidade, ritmo e mesmo confusão que exprimem.

Está certo que pode se acusar o escritor de alongar suas tramas mais do que a maioria faz. No entanto, é impressionante ver como disso tudo ele tira uma protagonista que respira, que soa real. É ótimo saber que, ao contrário de suas companheiras de Marvel Max, Alias não é uma série limitada, mas sim contínua. Agora, é torcer pra Panini segurar o título enquanto ele durar.

Já em Cage, Azzarello aparentemente resolveu parar de brincar. Se a trama anterior era apenas compostas de clichês do pulp com uma nova ambientação, aqui ele começa a mostrar a que veio.

As frases engraçadinhas e gratuitas diminuíram bastante agora que Luke Cage passa a escarafunchar as relações entre todos os bandidos que infestam o bairro. A trama continua em sua fase de "exposição do cenário", mas as coisas começaram a andar.

Talvez Luke Cage não seja exatamente o que parecia, um coração mole escondido por um jeito de durão. Ou talvez seja isso mesmo, mas também não deixe passar boas oportunidades. Ainda não dá para saber, e o fim desta edição aumenta mais essa dúvida.

No geral, Marvel Max # 2 começa fraca com Viúva Negra, mas ganha força com as outras séries. Ou talvez não. Muitos leitores que gostam de HQs mais clássicas e movimentadas (estilo "salvar-o-universo-em-40-páginas") criticam o ritmo de Bendis, que não é tão diferente do que Azzarello vem utilizando. Mas a trama de Rucka, que poderia agradar essa parcela do público, até o momento, é apenas uma história fraquinha.

Ficam algumas dúvidas. Qual é o público que está prestigiando Marvel Max? Adultos mesmos? Ou os leitores normais? Ou esses só virão depois, com a estréia de Thor e Justiceiro?

Veremos a seguir, mas a torcida a favor do título deve continuar, pois, mesmo com seus momentos fracos, Max ainda se mostra uma das revistas mais interessantes da linha atual da Panini, não pelo seu conteúdo adulto, mas pela diversidade de suas séries e autores que já estão no mix, e os que estrearão nos próximos meses.

Classificação:

4,0

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