Confins do Universo 203 - Literatura e(m) Quadrinhos
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MARVEL MAX # 7

21 maio 2004


Autores: Poder Supremo - J. Michael Straczynski (roteiro) e Gary Frank (desenhos);

Alias - Brian Michael Bendis (roteiro) e Michael Gaydos (desenhos);

Mestre do Kung Fu - Doug Moench (roteiro) e Paul Gulacy (desenhos).

Preço: R$ 4,50

Número de Páginas: 72

Data de lançamento: Março de 2004

Sinopse: No segundo capítulo de Poder Supremo, Mark cansou de ficar confinado ao complexo onde passou toda sua vida, e decidiu que era hora de interagir com o mundo exterior.

Enquanto isso, "do lado de fora da cerca", algumas pessoas que farão parte de sua vida, começam a ter seus destinos traçados.

Em Alias, Jessica Jones decide investigar o paradeiro de Rick Jones, e para isto, precisa pensar como o próprio.

Shang Chi descobriu que seu pai ainda vive, e que arquiteta a dominação do mundo com o "fogo infernal". Resta agora a ele, o Mestre do Kung Fu, acabar com este plano nefasto.

Positivo/Negativo: Ainda melhor do que a estréia é a continuação de Poder Supremo. E pior do que ambos, é saber que a história continua só no próximo mês.

Começando pelos desenhos: Gary Frank faz uma bela arte, dando aos personagens expressões das mais variadas, e conseguindo imprimir a emoção específica a cada uma delas.

Ainda que não tenha nada de revolucionário em seu traço, percebe-se a intenção de dar a ele um aspecto meio velho, como se daqui a alguns anos, pudessem colocar esta história no meio de alguma saga dos Vingadores, e dizer que ela foi feita nos anos 70. Ponto para o artista se esta for a intenção, pois a arte encaixa perfeitamente com o desenrolar da trama.

Falando da trama, J. Michael Straczynski impõe a ela um ritmo lento, mas
de maneira alguma a deixa maçante. Neste capítulo, ele apresenta quatro
novos personagens que serão os membros restantes do Esquadrão Supremo
(lembrando que, na edição anterior
apareceu o Tufão, que nada mais é do que o "Flash" da turma).

Detalhando a origem de cada um dos futuros heróis, o autor mostra o momento em que o caráter de um deles foi forjado, como outro adquiriu seus poderes por acidente, e a maneira trágica como um deles veio ao mundo.

A verdade é que pouco foi mostrado até agora na série, mas esse "aperitivo" impressiona pela vontade que dá ao leitor de saber o que vem a seguir.

Em mais uma história de Alias, vários diálogos impagáveis.

Brian Michael Bendis tem um mérito inquestionável. Ele pega situações banais, como as que envolvem Jessica Jones nesta trama, ou mesmo a fase recente do Demolidor, e constrói, a partir daí, linhas narrativas empolgantes, que devem ser lidas de uma vez só, sem tempo para tomar fôlego ou qualquer outra coisa.

Depois de ler, você precisa voltar para se certificar de que todas aquelas informações colocadas na sua cabeça estavam realmente no papel. E estão!

Guardadas as proporções, dá para comparar os diálogos que escreve com os da ótima série televisiva Seinfeld. Assim como na sitcom, as situações são até que bem triviais e, ainda assim, rendem diálogos maravilhosos. A seqüência em que Jessica está no parque, e é abordada por uma "mutante" e seu amigo, é a prova impressa disso.

Alguém pode perguntar "mas qual é a história?", e este é exatamente o ponto. Jessica foi procurada pela esposa de Rick Jones, e vai à procura dele. E só. O que acontece (ou no caso, o que é dito) entre o momento em que ela decide aceitar o caso, e o seu previsível encontro com o desaparecido, é que faz da trama um divertimento de primeiríssima qualidade.

Quanto à arte, Michael Gaydos é competente, e tem o realismo de que a série necessita, mas o destaque vai para a participação mais do que especial de Bill Sienkiewicz, que ilustra as partes em que é reproduzido o livro autobiográfico Parceiro, de Rick Jones, e faz um Capitão América que meteria medo no mais incauto dos terroristas. Uma surpresa agradabilíssima para uma edição que vinha mantendo um alto nível de qualidade.

O verbo no passado, utilizado na última sentença, não foi ao acaso, pois a terceira e última história da revista, é do Mestre do Kung Fu.

Doug Moench fez bons trabalhos com o Batman, e teve uma passagem no mínimo significativa pelo próprio Mestre do Kung Fu, mas desta vez perdeu completamente o tom.

Chavão após chavão, intrigas banais, e uma trama sem nenhum carisma. A isto se resume, até agora, a atual e triste saga de Shang Chi. Se há uma diferença entre esta história e as das edições anteriores, é que neste mês explodem quase tantas cabeças quanto num número de Fury, de Garth Ennis.

Os desenhos de Paul Gulacy têm uma boa arte-final nas mãos de Jimmy Palmiotti, mas quando a matéria-prima é de qualidade duvidosa, parece que a arte fica perdida em meio a tanta mediocridade.

Para finalizar: nos créditos da história da Alias, na página 27, Sienkiewicz está escrito errado, com um "c" antes do "k". Um erro até compreensível, considerando-se o nome do desenhista. No entanto, na reprodução da capa original americana (belíssima, por sinal), na página ao lado, está grafado corretamente.

Na seção de cartas, o editor Fernando Lopes dá boas informações a respeito do Esquadrão Supremo, mas ficou faltando um texto mais explicativo e, quem sabe, até mais didático, já que se trata de personagens quase desconhecidos da grande maioria dos leitores.

Classificação:

4,0

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