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MARVEL MAX #8

21 maio 2004


Título: MARVEL MAX # 8 (Panini Comics) - Revista mensal

Autores: Poder Supremo - J. Michael Straczynski (roteiro) e Gary Frank (desenhos);

Alias - Brian Michael Bendis (roteiro) e Michael Gaydos (desenhos);

Mestre do Kung Fu - Doug Moench (roteiro) e Paul Gulacy (desenhos).

Preço: R$ 4,50

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Abril de 2004

Sinopse: Mark Milton realiza a primeira missão a serviço do governo dos Estados Unidos. Em outro momento, é apresentado à opinião pública mundial. É a continuação
de Poder Supremo.

Em Alias, Jessica Jones tem um papo inusitado com Rick Jones, o que a leva a ter mais questões e poucas respostas.

Agora dentro do covil de seu pai, aproxima-se a hora do derradeiro combate de Shang Chi.

Positivo/Negativo: Poder Supremo estabelece-se definitivamente como a melhor série mensal da Marvel sendo publicada no Brasil. E não seria exagero afirmar que é a mais elaborada relação envolvendo super-heróis com política já feita pela editora americana.

J. Michael Straczynski não deixa dúvida que há contexto político em seu roteiro, mas até agora segue a tênue linha da imparcialidade. Desde o primeiro número, ele apresenta um George Bush extremamente sagaz e espirituoso, e neste mostra um Bill Clinton de conceitos um tanto quanto torpes.

É cedo para dizer se o autor irá pender para um anti-belicismo feroz, como fazia em sua magnífica série de ficção científica Babylon 5 (curiosidade: houve até um episódio, Dia dos Mortos, escrito por outro conceituado autor de quadrinhos, o britânico Neil Gaiman), ou se vai conduzir um roteiro mais neutro e equilibrado. Seja qual for o caminho trilhado, parece distante a possibilidade de vir algo de baixa qualidade.

Na arte, Gary Frank continua se superando a cada número. O mais claro exemplo disso são as capas que produz para a série. A primeira tinha uma beleza estética que contrastava com o olhar aterrorizante de Mark envolto na bandeira americana. E se na segunda o desenhista fez um trabalho mais convencional, nesta terceira vemos novamente Mark com o pavilhão dos Estados Unidos, mas agora num mastro; e ele o segura como se fosse um estandarte.

Não há como ter certeza disso, mas percebe-se o dedo de Straczynski em todas
as capas até aqui, como se elas construíssem um painel denotando a evolução da série.

Há algum tempo, dizem que Brian Michael Bendis é "o cara" atualmente nos quadrinhos; e ao ler Alias ou seu Demolidor, fica difícil, ou melhor, impossível, pensar o contrário.

A história desta edição é uma grande conversa entre Jessica e Rick Jones, que tem de mais interessante a incrível veracidade contida nela. Não é o tipo de diálogo que muitas vezes se vê nos quadrinhos, que parecem tirados de alguma novela mexicana (ou seria o contrário?), mas sim aquele papo que temos com amigos ou colegas de trabalho. Não segue uma fórmula, um padrão, mas flui livremente, como se dotado de vida própria.

Como já é notório na obra de Bendis, é uma história para ser lida de uma vez só, sem pausa, sem copo d'água e sem idas ao banheiro.

Só para não deixar a arte passar em branco: uma vez mais, Bill Sienkiewicz faz uma participação especialíssima na trama.

Para fechar esta edição, mais um capítulo da "aparentemente" interminável saga do Mestre do Kung Fu contra seu imortal pai.

O destaque da história é o feroz confronto de Fu Manchu com um poderoso adversário, numa partida de Pac Man! Cômico, se não fosse trágico.

Na revista consta que no próximo número haverá a conclusão da saga. Felizmente, pois todo sofrimento precisa ter um fim, e o nobre leitor merece um bálsamo.

Sobre a edição da revista: em Alias, página 31, quarto parágrafo, há um "poso" (faltou um "s"). Já em Poder Supremo, página 11, oitavo quadro, há um "o" em vez de um "e" na frase "...os militares vieram com helicópteros o ficaram com o pobrezinho".

Uma coisa interessante sobre Poder Supremo é que o editor Fernando Lopes, sempre que necessário, coloca uma nota de rodapé a respeito de algum determinado aspecto da história, que pode não ser de conhecimento dos leitores. Apesar disto, nesta edição, deixou escapar um "Boa caçada, Ahab...", na página 11. Como ele já havia explicado coisas mais triviais em outros momentos, poderia ter incluído que era uma menção ao obstinado capitão do livro Moby Dick, de Herman Melville.

Também vale ressaltar a ótima iniciativa do editor de divulgar (e de realizar) uma votação no site da editora para decidir a série que sucederá Nascido para Matar do Justiceiro, no mix da revista.

Sem dúvida alguma, Marvel MAX é a melhor revista em quadrinhos mensal atualmente nas bancas.

Classificação:

4,0

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