MARVEL MAX ESPECIAL # 1 - ALIAS
Título: MARVEL MAX ESPECIAL # 1 - ALIAS (Panini
Comics) - Edição especial
Autores: Alias - Brian Michael Bendis (roteiro), Michael
Gaydos e Mark Bagley (desenhos).
Preço: R$ 13,90
Número de páginas: 120
Data de lançamento: Julho de 2005
Sinopse: Esta edição reúne os cinco últimos números de Alias,
e revela todos os segredos do passado de Jessica Jones.
Positivo/Negativo: O roteirista Brian Michael Bendis abre o jogo
e mostra os motivos que levaram Jessica a abandonar a carreira de super-heroína,
e mais do que isso: explica o porquê de ela não lembrar em nada nenhum
dos outros personagens heróicos da "Casa das Idéias".
Ela é cínica, desbocada e mal-humorada, mas também é companheira, inteligente
e apaixonante. Em suma, humana, demasiadamente humana.
Nesses mais de 40 anos de Marvel, nunca houve mulher como Jessica
Jones. Isto é um fato. Que obviamente passa pelo excelente trabalho de
Michael Gaydos e Brian Michael Bendis.
É de se esperar que boa parte da concepção dos desenhos tenha partido
da cabeça de Bendis, mas o mais que perfeito casamento entre roteiro e
arte é um mérito inquestionável de Alias.
Em certo momento da trama, Gaydos, com o auxílio de Mark Bagley, faz uma
espécie de transição belíssima.
Bagley desenha as aventuras da jovem Jessica Jones, quando atendia pela
alcunha de Safira, e é de saltar aos olhos quando o heroísmo pueril de
seus desenhos transforma-se no realismo inevitável de Gaydos.
Percebe-se instantaneamente que a doce garota virginal se fora, e com
o rosto, corpo e cabelo mudados, vê-se a Jessica Jones que conhecemos
e amamos emergir.
Michael Gaydos está sensacional em cada quadro, e tem seu ápice ao realizar
uma arte assustadora, real e magnífica envolvendo o Homem-Formiga, nas
páginas 94 e 95.
Entre inúmeros pontos altos deste último arco, um deles é Bendis utilizar-se
de metalinguagem, mas de uma maneira um tanto quanto ambígua, fazendo
com que aquele que lê a revista não tenha certeza se o Homem-Púrpura está
conversando com ele, leitor, ou se está apenas "sendo louco".
Tudo é amarrado de maneira tão segura, tão correta, que fica difícil não
achar que o roteirista tinha essa conclusão em mente desde o início da
série.
De um jeito ou de outro, sendo algo premeditado ou uma improvisação, o
que importa é que Alias é uma história em quadrinhos inteligente,
instigante e magistralmente concebida.
Após ler as 28 edições de Alias, não estranhe se der vontade de
pegar suas revistas do Homem-Aranha, X-Men e Quarteto Fantástico dos últimos
15 anos e jogá-las todas na lata do lixo.
Após os eventos aqui mostrados, Alias dará lugar ao título The
Pulse, que começará a ser publicada em agosto na revista mensal do
Homem-Aranha.
A lamentar, alguns deslizes cometidos pela Panini na edição, como
o fato de apenas as duas primeiras partes da história conterem créditos,
quando nota-se facilmente que há um desenhista convidado na terceira.
Algumas páginas estão mal impressas, principalmente nos capítulos 2 e
3, que contam as aventuras de Safira. Note as páginas 37, 45, 48 e 56,
só para ficar nas mais explícitas.
Pelo preço da revista esperava-se um trabalho mais cuidadoso por parte
da editora.
Classificação: