MARVEL MILLENNIUM – HOMEM-ARANHA # 67
Título: MARVEL MILLENNIUM - HOMEM-ARANHA # 67 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: X-Men - Robert Kirkman (roteiro), Sean McKeever (roteiro da segunda história), Ben Oliver (desenhos) e Mark Brooks (desenhos da segunda história);
Os Supremos - Mark Millar (roteiro) e Brian Hitch (desenhos)
Quarteto Fantástico - Mark Millar (roteiro) e Greg Land (desenhos).
Preço: R$ 8,00
Número de páginas: 104
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: X-Men - Enquanto os X-Men e os alunos do Liceu do Amanhã enfrentam a Irmandade dos Mutantes, Jean perde controle dos seus poderes e pode matar Lilandra, se Xavier não agir rápido.
Emma Frost discorda da proposta de Xavier de ter seus alunos se arriscando como heróis com um treinamento quase militar, mas os jovens gostariam de ter um pouco mais de ação na escola. Assim, para poder treinar o uso de seus poderes em lutas, eles começam a combater o crime sem que Frost saiba.
Os Supremos - Quando "Os Libertadores" perdem o controle da situação, Loki tem que tomar a frente e usar seus poderes, mas essa sua cartada final pode não ser suficiente quando Os Supremos se reagrupam e lutam com Thor ao seu lado.
Quarteto Fantástico - Destino afirma que pode curar Johnny, mas, para isso Reed terá que aceitar um terrível acordo. Enquanto isso, a versão Zumbi do Quarteto está pronta para escapar de sua jaula e infectar o mundo.
Positivo/Negativo: Antes de tudo, cabe uma observação sobre coisas que eventualmente acontecem quando a editora opta por associar uma revista mix a um personagem, por considerá-lo comercialmente viável.
Apesar de o leitor ver na capa da revista, em letras garrafais, Homem-Aranha, não há nenhuma história do personagem na edição. Para não dizer que nem deu as caras, ele está no fundo de uma cena de Os Supremos com um pequeno papel de figurante sem nem direito à fala.
Esse tipo de coisa ajuda a vender a revista e a torna viável? Sim. Agora, se um leitor que, pela primeira vez, compra a revista porque queria conhecer o Homem-Aranha, com certeza, ficará bem decepcionado.
Sobre a revista, aparentemente acabou o arco de Kirkman em X-Men e ele ficou muito aquém do esperado. A trama serve para armar terreno fértil para outros autores explorarem, mas ficou muito ampla, dispersa, sem conexões entre as subtramas e mal-concluída.
Uma das pontas soltas é a revelação de que Jean é a Fênix e a outra é a surpresa nada bombástica de que o Clube do Inferno está ativo e infiltrado na organização de Lilandra.
Agora, uma das linhas exploráveis que ele abriu e serviu para Sean McKeever criar a história seguinte foi a definição dos personagens do Liceu do Amanhã, deixando mais clara a proposta da escola e as personalidades dos alunos.
Na arte, Ben Oliver mostra que seu antecessor (Mark Brooks) é um artista comum, com um traço ainda não definido entre o mangá estilizado ou o desenho acadêmico norte-americano.
Enquanto a arte de Brooks é óbvia e cansativa, o visual de Oliver é bem mais definido, com um estilo pessoal, sabendo usar as estilizações para simplificar seus desenhos.
Antes de falar do apoteótico final de Os Supremos, cabe um comentário sobre Quarteto Fantástico. Por mais que seja bacana ver o verdadeiro Dr. Destino, esta edição não conseguiria ter uma trama mais clichê e, portanto, ridiculamente óbvia.
Destino diz para Reed que só vai curar Johnny se o líder do Quarteto aceitar trocar de corpo com ele. Logo, fica claro que o culpado pela doença do Tocha é o próprio vilão, que armou tudo para conseguir o que quer.
O pior não é esse joguinho de armações e traições ser batido e sim que, pela cena final da edição, o que promete vir nas próximas histórias é uma mistura de novela mexicana com o Homem da Máscara de Ferro.
Outra coisa que "ninguém" sabia que aconteceria é o fato do Quarteto Zumbi escapar. Eles ficaram enjaulados, sempre aparecendo em todas as histórias, então era só uma questão para isso ia acontecer.
E, claro, a forma como eles escapam arremata com chave de outro o show de obviedades da edição: os personagens dizem para os soldados que vão fugir, a Mulher Invisível os deixa invisíveis e isso assusta os vigias que imediatamente abrem as celas!
Uma tecnologia milionária, dez bilhões de sensores de todos os tipos e os soldados simplesmente vão lá e abrem a cela para dar uma olhadinha se eles fugiram mesmo? Pelo menos os desenhos de Greg Land compensam.
Algo que vale a pena notar é que, depois de décadas de histórias em quadrinhos, precedida de séculos de literatura e mais um bom tempo de filmes, poucas idéias serão verdadeiramente originais e o diferencial fica por conta de como se leva a trama e empolga o leitor a ponto dele esquecer o final que já sabe que acontecerá.
Isso é algo que falta para Millar no Quarteto, mas sobra quando ele escreve Os Supremos. Inclusive, é por causa dessa história que o leitor chega a esta edição final ansioso por ver revelados todos os mistérios que já deduziu.
Os leitores já sabiam que Thor era um deus, mas ficaram aguardando ele aparecer e arrebentar o Loki com seu martelo. Também não tem como não se empolgar quando surge a Ponte do Arco-Íris e os asgardianos aparecem para encerrar a luta.
No fim, esta edição tem muita pancadaria e luta, com um ritmo tão forte e um desenho tão bem trabalhado, que deixa o título divertido e gostoso de ler. Aliás, só um clima assim para justificar a tal página óctupla, pois trata-se de um artifício que encarece o preço de capa e pouco acrescenta, até porque, para conseguir olhar a cena toda, é preciso abrir a revista em uma mesa e se distanciar um pouco.
Essa página apoteótica está justamente no momento de luta mais intensa e mostra uma visão panorâmica de onde estão os personagens. Não faria falta, mas, já que está lá, dedique um tempo para observá-la, principalmente a sacada de Mercúrio aparecer em vários pontos.
O legal é, ao fim da luta, a definição do que será do grupo daqui para frente. Depois de dois volumes, Millar conseguiu levar Os Supremos a um ponto no qual pode realmente virar um versão Ultimate dos Vingadores.
A partir daqui, Os Supremos deixam de ser um braço da S.H.I.E.L.D., se tornam independentes, são financiados por Tony Stark e são uma força de paz global.
Claro que seus personagens continuam mesquinhos, cheios de defeitos humanos e características nada heróicas, tanto que o Gavião Arqueiro crucifica e mata a Viúva Negra para vingar sua família. Mas, de forma brilhante, Millar conduziu a história e transformou um grupo militar em uma equipe de super-heróis atualizados.
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