MARVEL MILLENNIUM – HOMEM-ARANHA # 75
Autores: Homem-Aranha - Brian M. Bendis (roteiro) e Mark Bagley (desenhos);
X-Men - Robert Kirkman (roteiro) e Yanick Paquette (arte);
Quarteto Fantástico - Mike Carey (roteiro), Scott Kolins e Mark Brooks (desenhos);
Visão Millennium - Mike Carey (roteiro) e Brandon Peterson (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Abril de 2008
Sinopse: Homem-Aranha - Peter começa a voltar à rotina normal após a confusão que os clones causaram em sua vida. Contudo, ainda falta falar com Kitty Pride, para dizer que o namoro dos dois acabou.
X-Men - Todos estão tentando encontrar o seu caminho após a morte de Xavier. Scott, Jean e Ororo descobriram que são os herdeiros das propriedades do professor e deverão continuar o sonho dele.
Quarteto Fantástico - Enquanto Reed está obcecado com a idéia implantada em sua mente por Thanos, no passado o mago Diablo arquiteta um plano que o levará a um confronto direto com o Quarteto Fantástico.
Visão Millennium - A nave de Gah Lak Tus está à solta na Terra, causando grande destruição; e as tentativas de Visão de detê-la se mostram cada vez mais frustradas.
Positivo/Negativo: Depois da Saga do Clone, a versão Ultimate do Homem-Aranha busca nas suas origens suporte para voltar a ter uma boa história. Enquanto Peter reestrutura sua vida, retomando seu emprego, acompanhando a reconstrução da casa, se entendendo com a Tia May e Mary Jane, um problema vai se formando em torno do Rei do Crime.
O Demolidor está de volta com a proposta de formar um grupo para matar o Rei do Crime e, por razões ainda não explicadas, quer convidar Peter. A princípio, isso soa estranho, pois até agora ele fez de tudo para desestimular a vida de super-herói do Homem-Aranha.
No entanto, com a história da popularidade do Aranha estar em alta e Wilson Fisk deter os direitos de licenciamento do herói e podendo usar a imagem dele como bem entender, a trama tem tudo para render.
Outro destaque é o fato de Peter voltar com Mary Jane, mas não falar isso para Kitty Pride. A situação se enrosca quando é revelado que ela será colega de classe dos dois (a jovem deixou os X-Men depois da "morte" do Professor Xavier na edição anterior).
Vale notar ainda, principalmente na cena em que Peter e Mary Jane estão no hospital com a Tia May, que o "centro afetivo" do personagem está muito semelhante ao da sua versão tradicional. As duas mulheres da vida do personagem conhecem o seu segredo e o apóiam.
Em X-Men, continua a enrolação de "oh, o que faremos agora que o Professor morreu?". Scott decide, inclusive, extinguir os X-Men. Como sempre, não será surpresa quando tudo voltar ao normal, até porque, no fim da edição, já se descobre que Xavier não morreu.
Pelo menos o desenho continua ótimo. Inclusive merece destaque o novo visual do Pyro, mutante capaz de manipular fogo. Ele era um dos vilões tradicionais dos X-Men, atuando em várias formações da Irmandade dos Mutantes.
Agora, na sua versão Millennium, Pyro tem a pele toda afetada pelo calor do fogo que manipula e boa parte do corpo enfaixada. Sua deformidade é tamanha que ele é um membro dos Morlocks (mutantes que não se parecem com humanos e vivem escondidos nos esgotos).
Pra variar, o novo arco de Mike Carey em Quarteto Fantástico é confuso. Com seu constante vaivém pelo tempo, o autor apresenta Diablo, um bruxo aprisionado numa torre no passado que chantageia o Quarteto para que os heróis o libertem. É impressionante como o roteirista dá uma complexidade desnecessária para suas tramas.
Para facilitar a leitura, o editor escalou dois artistas: Scott Kolins faz o presente e Mark Brooks, o passado. O problema é que os desenhistas não são tão contrastantes e as cores, apesar de feitas por pessoas diferentes, mantêm mais ou menos o mesmo visual.
Aliás, vale mencionar que, desde sua ida para a Marvel, Kolins está cada vez mais próximo de um "desenhista comum". Em Abdução, recentemente publicado em Marvel Especial # 3, seus traços já estavam aquém de suas obras anteriores, mas ainda preservavam algumas características do seu ótimo estilo. Já esta edição de Quarteto Fantástico parece ter sido feita às pressas, sem nenhuma preocupação. Quase não dá para identificar que é um trabalho dele.
Para finalizar, a minissérie Visão Millennium está ainda mais sem graça. A nave que sobrou de Gah Lak Tus é tão, mas tão poderosa que quase invalida a minissérie Pesadelo Supremo, na qual foram derrotadas milhares dessas espaçonaves agindo juntas.
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