MARVEL MILLENNIUM – HOMEM-ARANHA # 77
Autores: Homem-Aranha - Brian M. Bendis (roteiro) e Mark Bagley (desenhos);
X-Men - Robert Kirkman (roteiro) e Pascal Alixe (arte);
Quarteto Fantástico - Mike Carey (roteiro), Scott Kolins e Mark Brooks (arte);
Confronto Supremo - Brian Michael Bendis (roteiro) e Greg Land (desenhos).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2008
Sinopse: Homem-Aranha - O Ronin, uma nova identidade do Cavaleiro da Lua, se candidata ao cargo de novo guarda-costas do Rei do Crime. E, para provar o seu valor, deve entregar o Homem-Aranha para Wilson Fisk.
X-Men - Noturno conhece melhor os Morlocks, enquanto do outro lado do mundo Tempestade e Bishop recrutam um novo grupo de X-Men.
Quarteto Fantástico - Diablo está usando o corpo da irmã de Reed para criar um poderoso elixir. Se o Quarteto não o detiver, ele se tornará invencível.
Confronto Supremo - Reed quer explorar os diversos universos ligados pela Zona-N para coletar dados suficientes e curar Ben Grimm, mas Nick Fury nega o financiamento. Então, o líder do Quarteto faz algumas pequenas experiências iniciais.
Positivo/Negativo: Esta edição fica centrada no Cavaleiro da Lua e na sua psique doentia. A versão Ultimate do personagem tem a mente tão complexa e fragmentada, que constantemente a história é interrompida por cenas que se passam na cabeça dele e são verdadeiras conferencias entre suas personalidades.
E justamente esse cara se ofereceu para criar uma nova personalidade, o Ronin, e se infiltrar na organização do Rei.
Como Fisk tem um informante e sabe da armação, ele pede para o Ronin provar sua lealdade entregando o Homem-Aranha.
O problema acontece quando Ronin vira a personalidade dominante no corpo do Cavaleiro da Lua e esquece a missão inicial, acreditando realmente ser um candidato a guarda-costas do Rei.
A idéia é até boa; a questão é que, na hora da ação, essas constantes interrupções com as cenas na mente do Ronin quebram um pouco o ritmo. Além disso, o desenho de Bagley está batido para o personagem e é difícil se empolgar como antigamente.
Apenas a título de informação, o Ronin também é um personagem recente no Universo Oficial da Marvel. Ele foi criado por Bendis quando os Novos Vingadores se reuniram e, inicialmente, era a identidade secreta da artista marcial surda Maya Lopez, também conhecida como Eco, indicada pelo Demolidor para integrar a equipe.
Depois, se tornou a identidade secreta usada pelo Gavião Arqueiro, após ele ressuscitar no evento Dinastia M.
X-Men, ao mesmo tempo em que dá uma leve melhorada na trama, se fragiliza na arte. O grande erro de Kirkman é tentar contar uma história grande demais para um título mensal. Tanto que, neste mês ele se concentrou praticamente em dois focos narrativos (os Morlocks e os X-Men de Bishop) e o ritmo melhorou.
O problema tem sido essa pulverização muito grande que ele tem feito de tudo que quer contar e, com a falta de espaço, acaba não falando de nada.
Junte a essa quebra constante de ritmo, a sensação de que a história não evolui, com um desenhista inconstante e um tanto alternativo como Pascal Alixe, e tem-se nas mãos um título complicado. Na verdade, a única coisa que conta a favor é a poderosa "franquia X", que sempre garante um número considerável de vendas.
Em Quarteto Fantástico, finalmente chegou a última parte da chatíssima história no passado contra Diablo. Uma trama sem graça, inclusive na arte de Mark Brooks.
Infelizmente, Scott Kolins, que é bom desenhista, só fez as páginas iniciais, algo sem muito sentido. A mudança na arte é drástica - aqui, não foi mais respeitada a separação de "arte do passado" para um desenhista e "do presente" para outro, como ocorreu nas partes anteriores.
A estréia divulgada na capa da revista, Confronto Supremo, começa bem, mas não é tudo isso. A história parte de um confronto entre o Quarteto e o Esquadrão Serpente, um grupo vilãs. Durante a luta, uma das placas rochosas do corpo do Coisa se solta e novamente Reed entra na paranóia de que ele precisa curar seu amigo o mais rápido possível.
Quando ele bola um novo plano e pede financiamento para Fury, ouve um "não", com a justificativa de que muitos acidentes já aconteceram e, depois dos eventos de Pesadelo Supremo, o governo não quer arriscar investir em nada que envolva outras dimensões.
Obviamente, ele começa a trabalhar secretamente e, sem toda a segurança necessária, algo dá errado - e isso é mostrado na página dupla que fecha a revista com o Esquadrão Supremo, na versão mais recente de J. M. Straczynski, publicada na revista Marvel Max.
A arte ficou com Greg Land. Cada quadro parece uma fotografia. E, na verdade, esse acaba sendo o problema. Por ser uma revista em quadrinhos, o desenho precisa ser mais que fotográfico, necessita ter vida, movimento.
Land tem um traço fenomenal, mas tudo é estático. Assim, por melhor que seja admirar suas páginas, como quadrinho ele cansa muito rápido.
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