MARY JANE - CIRCLE OF FRIENDS
Editora: Marvel Comics - Edição especial
Autores: Sean McKeever (roteiro), Takeshi Miyazawa (desenhos), Norman Lee (arte-final) e Christina Strain (cores).
Preço: US$ 5,99
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Dezembro de 2004
Sinopse
Mary Jane Watson seria apenas mais uma simples e adorável adolescente às voltas com dramas amorosos, amigos problemáticos e confusões no colégio, não fosse sua complicada relação com uma figura singular: o espetacular Homem-Aranha!
Positivo/Negativo
Fãs do Homem-Aranha e apreciadores dos bons quadrinhos receberam uma dádiva inesperada em 2004, quando foi publicado o primeiro número da revista Mary Jane. A série fazia parte de uma linha da Marvel direcionada ao público mais jovem, e contou com os talentos de Sean McKeever e Takeshi Miyazawa para narrar as desventuras do grande amor de Peter Parker.
A opção pela ruiva foi perfeitamente compreensível, dado o aumento em sua popularidade por conta das adaptações cinematográficas dirigidas por Sam Raimi. Ainda assim, a protagonista de Mary Jane - Circle of friends tinha qualidades únicas e diferentes de outras versões conhecidas, independente da cronologia oficial do Universo Marvel e bem adaptada aos novos tempos.
O texto de McKeever explora os aspectos mais marcantes da adolescência, resgatando um ponto de identificação do público como poucas vezes se viu nas HQs contemporâneas.
Evidente que a história toma diversas liberdades em relação ao cânone do "Amigão da Vizinhança", como apresentar Peter Parker e Mary Jane Watson como colegas na escola, mas tudo funciona a favor da narrativa.
A trama começa com a mocinha conversando por telefone com sua melhor amiga Liz Allen, que lhe sugere Harry Osborn como par para o baile que se aproximava. A presença de figuras conhecidas garante um charme extra à série, que funciona tão bem para fãs de longa data da criação de Stan Lee e Steve Ditko como para o público-alvo de menos idade.
E o Homem-Aranha tem lugar cativo no coração da jovem heroína, que só deseja uma chance com o vigilante mascarado de Nova York - muito antes de eles ao menos se encontrarem. Outro personagem que se destaca no encadernado é Flash Thompson, num papel diferente do usual e que logo conquista os leitores.
Abordando questões prementes como amizade, o primeiro amor, amadurecimento e responsabilidade, Mary Jane foi a série em quadrinhos que melhor dialogou com seu público e renovou a face desses ícones tão conhecidos da cultura pop. Claro que o super-herói aparecia enfrentando vilões ameaçadores em sua luta por justiça, mas o foco estava nos sentimentos e no cotidiano de uma turma de amigos muito especial.
O clima e as ambientação das histórias lembram muito seriados televisivos como Barrados no baile e Minha vida de cão, ao centrar a atenção num período da vida em que tudo é novo e o mais insignificante acontecimento parece o fim do mundo.
A arte de Takeshi Miyazawa retrata com perfeição o universo de juventude e energia de Mary Jane, sendo bastante dinâmica e apreciável. Curioso que o mercado norte-americano tenha se rendido aos encantos do estilo mangá para atrair a nova geração de leitores, logo com um de seus super-heróis mais tradicionais.
Após duas minisséries aclamadas pela crítica especializada, mas cuja qualidade não se refletiu nas vendas, o título foi relançado em dezembro de 2005 com o sugestivo nome de Spider-Man loves Mary Jane, pela mesma equipe criativa, e teve mais 20 edições.
Posteriormente, em 2008, foi publicada uma nova encarnação da série com roteiros do consagrado Terry Moore, do fenômeno independente Estranhos no Paraíso, e arte de Craig Rousseau.
É uma pena que as aventuras irresistíveis de Mary Jane permaneçam inéditas no Brasil, pois esse gibi "de menininha" foi uma grata surpresa e provou o apelo de personagens com décadas de estrada para todos os públicos.
Classificação: