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MAS PODEMOS CONTINUAR AMIGOS...

1 dezembro 2012

MAS PODEMOS CONTINUAR AMIGOS...

Editora: Zarabatana - Edição especial

Autor: Mawil (roteiro e arte).

Preço: R$ 31,00

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Setembro de 2012

 

Sinopse

Sentado numa mesa bebendo com os amigos, Mawil começa a se recordar e contar seus desencontros amorosos.

Positivo/Negativo

Se tivesse sido produzida por alguém como Craig Thompson, Mas podemos continuar amigos... provavelmente teria mais de 600 páginas de puro lirismo tratando com delicadeza e poesia as tristes decepções do amor adolescente que desvanece diante das vicissitudes da vida.

Felizmente, o autor é o alemão Mawil, que precisa de meras 64 páginas para apresentar suas lembranças com bom humor, leveza e despretensão.

Sentado numa mesa de bar, conversando com os amigos, o autor/protagonista vai contando cada uma das pequenas decepções amorosas que teve.

O grande mérito de Mawil é que ele não se leva a sério em momento algum. Mesmo quando retrata sua tristeza em levar um fora, o autor mantém o bom humor. Talvez seja até por isso que tenha se dado tão mal com as garotas...

A verdade é que Mas podemos continuar amigos... é um álbum acima de tudo romântico. Sincero e irremediavelmente romântico.

Ao retratar sua infância e adolescência na Alemanha Oriental, do final dos anos 1980 até a década de 1990, Mawil poderia contar alguma coisa sobre as questões sociais, políticas e sociais do seu país. Afinal, foi um período de grandes transformações.

Mas nada disso é sequer mencionado, porque não é essa a intenção.

O autor quer é falar sobre aquele frio na barriga, aquele medo de ter que falar pela primeira vez com a pessoa que se gosta. A inexperiência que faz tomar atitudes erradas ou atitude nenhuma, o que leva, de um jeito ou de outro, a perder a garota.

E também tem a culpa, a sensação de que tudo deu errado por suas ações, por sua incapacidade de saber o que fazer.

Isso tudo até poderia virar um drama, mas Mawil faz o leitor sorrir diante de cada situação, cada fora que leva. Porque é assim que se aprende a "chegar" em pessoas interessantes: por meio de tentativa e erro.

Um exemplo é quando Mawil está em um acampamento e consegue levar a garota para sua barraca. Ficam abraçados e ele a perde por não saber (ou não ter coragem de) dar o próximo passo. A sequência de quadros que o autor mostra seu arrependimento é hilária.

Os desenhos, a narrativa e o ritmo do álbum são muito bons. Há brincadeiras sutis com o grid das páginas, como quando a sarjeta entre os quadrinhos transforma-se na estrutura de um brinquedo de parquinho.

Finalmente, outro aspecto a destacar é a inocência do álbum. Ao retratar jovens vivendo em acampamentos e repúblicas estudantis, Mawil não mostra nenhum conflito, consumo de drogas ou violência. Talvez essa tenha sido a realidade do autor, mas fica a impressão de que tudo, assim como as garotas pelas quais se apaixonou, passou por uma idealização romântica.

De qualquer modo, Mawil, o autor e o personagem, consegue conquistar a simpatia do leitor e pode até inspirar recordações dos encontros e desencontros que cada um viveu.

 

Classificação:

4,0

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