Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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MÁSCARA NOTURNA # 1

1 dezembro 2006


Título: MÁSCARA NOTURNA # 1 (SM Editora) - periodicidade
indefinida
Autores:José Salles (roteiro) e Edu Manzano (desenhos).

Preço: R$ 2,90

Número de páginas: 28

Data de lançamento: Maio de 2005

Sinopse: Primeira edição das aventuras do anti-herói Máscara Noturna. A revista traz três histórias explorando a vida pessoal do personagem e a origem de seus "poderes".

Positivo/Negativo: Máscara Noturna é mais uma HQ nacional que aportou nas comic shops há algum tempo. Sua proposta é contar as histórias de um anti-herói brasileiro.

O personagem é um policial que, durante uma blitz numa boca de tráfico, é amaldiçoado por um feiticeiro de magia negra. Isso o obriga a matar uma pessoa por dia, o que ele faz usando uma espécie de bafo de fogo - muito parecido com o olhar da penitência do Motoqueiro Fantasma.

A origem do personagem é uma das poucas sacadas da revista. Tudo é compatível com a realidade brasileira, como, por exemplo, o fato de o Máscara Noturna ser um policial. Além disso, sua personalidade é bem trabalhada ao longo das histórias, pois tem uma motivação confusa que o torna mais verossímil.

Mas nem tudo são flores. A revista tem muitos problemas, a começar pela edição. Na parte gráfica, deixa demais a desejar, sobretudo no logotipo que abre as histórias, feito à mão e sem arte-final.

No editorial, outra derrapada. Algum erro de kerning (distância entre as letras) deixou todas as palavras espremidas e com uma legibilidade péssima.

Os desenhos são bons, mas ainda pouco profissionais. Quase não há reticulas e os fundos padecem de originalidade. Destaque para as cenas de sexo, desnecessariamente bem explícitas, que foram muito bem executadas.

A primeira história conta a origem do personagem; a segunda fala de seus amores e a terceira mostra a interação do protagonista com o universo à sua volta, numa clara homenagem a outros superseres nacionais. O autor inclusive, pontua as aventuras com diversas "reverências" a autores brasileiros, colocando seus nomes em portas de padarias, bares e outros estabelecimentos.

Na terceira história há um fato curioso. Nas primeiras páginas, o autor, com imensos recordatórios, um dos principais e mais chatos vícios de diversos quadrinhistas nacionais, relembra a origem do personagem que o leitor acabou de ver páginas antes. Isso é bastante comum nos heróis da Marvel e da DC, mas não numa revista que conta a primeira aventura do herói.

Os recordatórios, inclusive, junto com o tamanho curto de cada aventura e o estilo meio quadrado da diagramação das páginas, sem nenhuma ousadia, fazem lembrar as HQs nacionais dos anos 60 a 80. Apesar de ser interessante a referência, acaba tornando a publicação anacrônica e artificial.

Máscara Noturna é uma esforçada publicação, mas padece de dois grandes defeitos: a falta de profissionalismo que permeia grande parte da produção nacional e a falta de um trabalho de edição mais intenso juntos aos autores.

 

Classificação:

4,0

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