MEFISTO # 1 e 2
Autores: Claudio Nizzi (roteiro) e Claudio Villa (capas e desenhos).
Preço: R$ 7,90 cada
Número de páginas: 184 cada
Data de lançamento: Abril e Maio de 2004
Sinopse: Mefisto está morto, mas seu espírito malvado não consegue
descansar, pois mantém viva a chama da vingança contra Tex. E o destino
trama para que sua irmã Lily consiga os meios de trazê-lo de volta à vida,
por intermédio de um mago indiano.
De
volta ao mundo dos vivos e mais histérico do que nunca, Mefisto narra
resumidamente toda sua história contra Tex.
Disposto a acabar com os terríveis adversários, planeja e coloca em execução
um plano sórdido, que consiste em atacar Tex e seus companheiros, sem
lhes dar conhecimento de onde sopra o perigo.
Com a ajuda da irmã e do cunhado Boris, consegue capturar os três parceiros
de Tex e trava com o ranger uma batalha extraordinária, jamais
vista em toda a saga.
Positivo/Negativo: Tachado de arquiinimigo, Mefisto tornou-se o
antagonista da mais esperada história de Tex de todos os tempos, que levou
oito anos para ficar pronta. Misturando os atos de fantasia que circundam
o personagem, finalmente revela o ardil autoral que permitiu a volta à
vida do vilão. E, diga-se de passagem, a solução foi bem engendrada.
O ritmo da história é lento, pois Mefisto é um inimigo perigoso, diferente
dos adversários comuns. Por isso, Tex movimentou-se com o cuidado necessário
para descobrir de onde vinha o perigo.
Foi difícil para oranger acreditar que estava lutando mais uma
vez contra o velho inimigo, sabidamente morto. Por tudo que já tivemos
nas sagas anteriores, e para não cair na mesmice, optou-se por fatos distintos
para balizar o enredo. Em vez dos aliados de sempre, entre negros, índios
etc., foi re-inserida a irmã do Mefisto, que muito valor agregou à trama.
Esperava-se
mais um pouco no embate final entre os dois adversários. Depois do combate
mental, o desfecho tomou um rumo simplista, com a fuga de Mefisto. Perdeu-se
a chance de um final catastrófico, apocalíptico, entre o bem e o mal.
Ficaram com algumas incógnitas: qual o verdadeiro destino do mago Narbas
e será que ele voltará? A bela Loa só merecia um lugarzinho coadjuvante
nessa aventura? Qual a verdadeira intenção do escritor ao descartar Yama
pelas palavras de Mefisto? Por que o capanga Walcott saiu ileso à lei
e a Mefisto por não cumprir direito suas obrigações? São indagações cujas
respostas demorarão, e algumas nunca serão reveladas.
Sucesso de crítica, os desenhos são realmente fenomenais. Um show nos
itens luzes e caracterização dos personagens. Villa teve tempo para caprichar
ao extremo e total liberdade no desenvolvimento, sem passar o apuro de
realizar cortes. A Sergio Bonelli Editore não termina as histórias
de Tex no meio das revistas, mas abriu uma exceção, que aqui no Brasil
foi driblada com a forma de minissérie.
As capas estão maravilhosas. Esta saga foi publicada em quatro revistas
na Itália e as duas capas que restaram foram aproveitadas nas contracapas.
Uma grande idéia dos editores para brindarem os leitores e não deixar
material para trás.
A
Mythos deu duas provas de muito valor por seus leitores ao narrar
a aventura real de Villa nos oito anos para desenhar esta epopéia, e trazendo
a ordem cronológica de todas as aventuras de Tex contra o terrível Mefisto
e seu filho Yama, algo muito importante para situar os fãs no mundo texiano.
Estas duas revistas são, sem dúvida, abrilhantarão as coleções as coleções
dos fãs de Tex, pois representam o marco mais importante na vida editorial
do personagem nos últimos anos. Algo tão grandioso que até sobrepõe a
400ª de sua revista, se não se levar em conta a longevidade, mas sim o
valor intrínseco da edição.
Se Tex é a representação viva do bem, da lei e da justiça, Mefisto encarna
todo o mal manifestado no mundo. Sua importância na saga do ranger
começou pela mente criativa de G. L. Bonelli, que resolveu torná-lo o
grande inimigo de Águia da Noite, um homem, ou diabo, com muitos truques
e poderes, praticamente invencível.
Habitando o inconsciente coletivo, amado por uns e odiado por outros,
Mefisto apresenta um série de recursos impensáveis para um adversário
comum. Esta variedade fez dele o inimigo mais requisitado, aquele que
é mais gostoso vencer, de quem se pode esperar de tudo.
Além disso, sua ligação com o reino das sombras mexe com o imaginário
do leitor. Por isso, quando ocorreu a primeira aventura de Tex feita para
o rádio, na Itália, escolheu-se uma história com Mefisto.
Ou seja, em toda bibliografia texiana aparece a figura de Mefisto,
o mais emblemático dos vilões.
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