Escrita e desenhada por Casty (Andrea Castellan) - artista em ascensão na Disney Itália, e dono de um estilo gráfico que remete aos traços clássicos de Paul Murry e Giorgio Cavazzano -, A Ilha de Quandomai mostra que a "Velha Bota" continua produzindo HQs de alta qualidade com a turma de Patópolis. Pelo menos no que diz respeito às aventuras épicas de muitas páginas que consagraram o país como o maior exportador dos quadrinhos de Walt Disney.

Nesta HQ, ficção científica, suspense e ação se misturam em uma aventura repleta de referências a filmes e seriados de sucesso da TV e do cinema. Se os leitores mais novos encontrarão claras alusões a Lost e Parque dos Dinossauros, os mais antigos verão O Elo Perdido saltando aos olhos.

Os desenhos de Casty primam pelo detalhe, como nos cenários que não desprezam elementos à primeira vista irrelevantes (um punhado de capim na parte da praia mais próxima do mar ou objetos diversos espalhados no chão dos alojamentos), mas que guiam o leitor para um olhar mais atento, pois grande parte dos poucos momentos de humor da história é feita de gags visuais.

Isso pode ser visto no quadro em que o navio Tristan Oceanic está afundando depois de atingido por um raio: a fumaça que sai do rombo no casco cobre algumas letras do nome da embarcação, deixando visíveis apenas as que acabam formando a palavra Titanic.

O roteiro, no entanto, ignora algumas explicações, como o paradeiro dos outros passageiros do navio. Somente os protagonistas da aventura parecem ter sobrevivido ao naufrágio, mas nem eles se perguntam o que aconteceu com os companheiros de viagem.

Vale também destacar a bela capa da revista, ilustrada por Casty especialmente para a publicação de A Ilha de Quandomai nos Estados Unidos, no gibi Walt Disney Comics # 708, lançado em abril deste ano.

Pena que a HQ curta que completa a edição, estrelada pelo Pateta, destoe de todo o resto.