A sequência final de A Ilha de Quandomai justifica a expectativa.

Além dos mistérios revelados, a trama ganha mais cenas de ação. Em meio a túneis do tempo, dinossauros e vilões futuristas, ainda há espaço para uma inusitada aliança entre Mickey e João Bafo-de-Onça (com direito a aperto de mão e elogios mútuos!), sem contar a tensão das últimas páginas, no melhor estilo "o tempo está acabando, eles não vão conseguir".

Embora a história termine sem que nada seja revelado sobre o paradeiro dos outros passageiros do navio naufragado, o roteiro de Casty não deixa pontas soltas e tem o timing certeiro para lançar as perguntas e mostrar as respostas. O resultado é a fidelidade do leitor até a última página.

E seu estilo de desenho, bastante dinâmico, mas sem os exageros que hoje caracterizam boa parte da produção dos artistas italianos da Disney, é um destaque à parte.

Assim como a arte da capa, ainda mais bonita que a da edição anterior. Ambas foram ilustradas por Casty especialmente para a publicação de A Ilha de Quandomai nos Estados Unidos, também em capítulos, no gibi Walt Disney Comics, da Boom! Studios. Pena que a Abril não tenha incluído nesta edição uma chamada para a conclusão da saga.

Completando a edição, uma aventura detetivesca em duas partes, na qual Mickey se vê às voltas com uma ladra internacional com estilo e visual indiscutivelmente emulados da Mulher-Gato da DC Comics, mas cujo nome estampado no título não consta do original dinamarquês (a brincadeira é da versão brasileira).

A história é interessante, tem muita ação e nenhuma cena cômica. Por isso mesmo, incomoda ver um Mickey "sério" que se veste apenas com aquele velho e ridículo calção vermelho com bolinhas amarelas, que somente a versão europeia do personagem insiste em usar.