MICKEY # 839
Editora: Abril - Revista mensal
Autores: Mickey e a volta à doce vida - Marco Ponti e Roberto Gagnor (roteiro) e Paolo Mottura (desenhos);
Procura-se uma musa - Doug Gray (roteiro) e Angel Rodriguez (desenhos);
Companheiro de viagem - Giorgio Salati (roteiro) e Marco Mazzarello (desenhos);
Meu assunto é o presunto - Carol e Pat McGreal (roteiro) e Angel Rodriguez (desenhos).
Preço: R$ 3,20
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Agosto de 2012
Sinopse
Mickey e a volta à doce vida - Mickey e Minnie vão a Roma para filmar "A Doce Vida... Hoje", mas coisas misteriosas começam a ocorrer no set de filmagem.
Procura-se uma musa - Pateta decide entrar num concurso de arte e, para isso, precisa descobrir de onde os artistas tiram suas ideias.
Companheiro de viagem - Pateta e a volta para casa.
Meu assunto é o presunto - Pluto em uma aventura noturna num açougue.
Positivo/Negativo
A primeira história, Mickey e a volta à doce vida, é o grande destaque da edição e uma homenagem ao filme A doce vida, de Federico Fellini.
Lançado em 1960, o longa-metragem que conta a história do jornalista sensacionalista Marcello Rubini (interpretado por Marcello Mastroianni), é uma das maiores obras da vasta filmografia de Fellini e até hoje um de seus trabalhos mais lembrados pelo grande público, principalmente pelas belas tomadas da cidade de Roma, como na antológica cena de Sylvia (vivida por Anita Ekberg) na Fontana di Trevi.
Posto isso, fica fácil compreender a simpatia que a história provoca de imediato no leitor que já conhecia o filme. Mas, infelizmente, tal simpatia acaba batendo de frente com a qualidade da trama.
Não que a história seja toda mal construída, mas o final Deus ex machina é tão ridículo - e óbvio - que obscurece quase tudo de positivo na homenagem, como a sutil presença de alguns personagens Disney menos conhecidos e bons diálogos envolvendo o Mancha Negra.
Fora isso, há dois erros muito grosseiros: a aventura tem como recurso narrativo quadros em preto e branco que representam a filmagem dentro da HQ, só que, na primeira vez em que ele é utilizado, na página 5, o filme nem sequer começou a ser rodado. O outro ocorre na página 7, quando é creditado um Oscar ao filme A doce vida em 1962. Ele realmente ganhou o renomado prêmio de cinema naquele ano, mas de Melhor Figurino, e não de Melhor Filme, como se dá a entender. Vale dizer que tal equívoco repete-se no último quadro da história, na página 33.
Na sequência, para encerrar a homenagem, há uma "entrevista impossível" com Fellini que chega a causar constrangimento.
A parte boa é que depois há duas tramas divertidas protagonizadas pelo Pateta.
Na primeira, ele decide tornar-se um artista e, ao procurar inspiração em meio à natureza, acaba encontrando o que procura mesmo que por vias tortas.
Já a segunda história, de apenas uma página, é sensacional. Para rir alto.
Para fechar a edição, mais uma divertida aventura, agora estrelada pelo cachorro Pluto.
No final das contas, apesar de a homenagem torta ao diretor Federico Fellini valer mais pela intenção do que pela realização, a edição consegue fôlego extra graças ao restante de seu conteúdo.
Classificação: