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Mighty Morphin Power Rangers – Ranger Verde – Ano Um

4 maio 2018

Mighty Morphin Power Rangers – Ranger Verde – Ano UmEditora: Pixel Media – Edição Especial

Autores: Kyle Higgins, Steve Orlando (roteiro), Hendry Prasetya, Corin Howell (desenhos), Matt Herms e Jeremy Lawson (cores). Publicada originalmente em Mighty Morphin Power Rangers – Volume One, coletânea que reúne as edições # 0 a # 4 de Mighty Morphin Power Rangers (2016).

Preço: R$ 44,90

Número de páginas: 128

Data de lançamento: Abril de 2017

Sinopse

Dias depois de escapar do controle mental de Rita Repulsa e se aliar aos Power Rangers, o jovem Tommy Oliver segue se adaptando aos seus novos amigos e a sua atual função como protetor da Terra.

Entretanto, nem tudo está perfeito na cidade de Alameda dos Anjos. Em uma nova investida da maligna vilã, o reformado Ranger Verde passa a ter visões que atormentam sua atual condição e deixam em dúvida as suas reais intenções, além de colocar toda a equipe em um novo e perigoso desafio.

Positivo/Negativo

Com origem no ano de 1993, Power Rangers tornou-se uma série de TV emblemática para o público infantojuvenil, seguindo como um dos produtos de grande relevância no atual cenário da cultura pop.

Além da equipe original – que passou por mudanças e durou cerca de seis temporadas – outros grupos herdaram o título e seguiram o mesmo formato eternizado pela primeira encarnação de heróis, formando um legado que já perdura por 25 anos na TV e em outras mídias como cinema, games, quadrinhos e RPG.

Dentre esses produtos, as HQs têm sido uma das mais longevas do universo ranger. Passando por editoras como Hamilton, Marvel, DC, Valiant, Image, Tokyopop e Papercutz, as abordaram diferentes gerações da marca, quase sempre focadas na produção de tramas adjacentes que reforçavam o que era produzido nas telinhas.

Em 2016, foi a vez da Boom! Studios iniciar um projeto voltado ao grupo, com a criação de Migthy Morphin Power Rangers, série mensal que teve o seu primeiro arco compilado em uma edição trazida ao Brasil pela Pixel Media.

Com supervisão da Saban Brands, produtora que detém os direitos da série, o título tem uma meta semelhante aos anteriores: adicionar mais aventuras à mitologia ranger, com foco em destrinchar um momento específico da geração original.

Entretanto, mesmo partindo de um conceito semelhante ao da maioria das HQs que reproduzem franquias da TV, cinema ou games, MMPR vai além da função de apenas reproduzir o que já existe para adicionar suas próprias ideias e fortalecer a mitologia dos Power Rangers de uma maneira jamais vista.

E esse mérito vai todo para Kyle Higgins. Demonstrando conhecimento do seriado televisivo, o escritor vai além do que só era esboçado nos episódios e mergulha no psicológico de cada um dos personagens, aprofundando-se nas motivações e dilemas vividos tanto pelos mocinhos, quanto pelos vilões da trama.

Assim, desenvolve uma narrativa que suplanta a ação habitual, com cada peça do roteiro demonstrando particularidades únicas que enriquecem a história e sabem utilizar o formato em quadrinhos para ir além do que uma produção de efeitos especiais poderia chegar.

Outro fator que dá legitimidade ao arco é a bela arte de Hendry Prasetya. Além de construir uma dinâmica coesa entre os quadros, ele apresenta uma caracterização que é fiel ao design dos Rangers e seus robôs – assim como dos monstros – e também carrega uma marca própria na adaptação.

Nas cores, Corin Howell reforça o caráter mais lúdico e autoral da revista, fugindo de qualquer tipo de reprodução mais “realista” que tente emular a série live-action.

O encadernado traz ainda a compilação de pequenas histórias protagonizadas pelos bad boys Bulk e Skull. São contos formados por capítulos de uma página, não apresentam muito compromisso cronológico e funcionam mesmo para divertir, como uma homenagem à dupla que representava a veia humorística dos episódios da televisão.

A edição da Pixel Media é luxuosa, valoriza o traço e as cores e apresenta um bom texto introdutório dos autores, o que é enriquecedor para entender o processo criativo da HQ.

Entretanto, o problema fica por conta da tradução engessada e cheia de gerundismos, que atrapalha os diálogos e a narrativa fluida do roteiro original. Isso sem contar o preço salgado para a quantidade de edições compiladas, em comparação a obras semelhantes (em formato e número de páginas) lançadas no Brasil no mesmo período.

Classificação:

3,5

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