Os gibis de linha mensais da Turma da Mônica, mesmo sem as aventuras mais bem trabalhadas comumente publicadas em edições especiais, também costumam surpreender com ótimas histórias que, a princípio, parecem despretensiosas e certamente, pela sua qualidade, acabam reeditadas em almanaques.

É o caso de Mônica # 44.

A HQ de abertura, O desaparecimento do Sansão, dividida em três partes, tem momentos de puro nonsense e um festival de metalinguagem que confere dinamismo às cenas e dá vazão ao humor (como a Mônica desenrolando uma longa folha de papel - da qual consta a lista de motivos que levariam Cebolinha a roubar o coelhinho Sansão - que segue do primeiro ao último quadro da página participando das situações dos personagens).

Em Caiu no Floquinho, esquece!, as situações absurdas também aparecem, graças ao incrível pelo do Floquinho, uma espécie de "buraco negro" (ou seria verde?) para onde vai tudo que cair dentro dele, não importa o tamanho do objeto.

Nessa aventura, há um erro de português num balão de diálogo do Cebolinha, e não é a troca do "r" pelo "l". O personagem diz "peão", em vez de "pião", referindo-se ao brinquedo.

Outros destaques são Tanta gente na minha toca!, com grande parte dos moradores de Lem se protegendo do frio dentro da minúscula caverna do Piteco, e Enorme vazio, em que Zé Vampir tenta preencher, literalmente, o vazio existencial de Penadinho.

Para crianças e adultos, a edição garante uma leitura prazerosa.