Se tivesse continuado a numeração de capa da Editora Abril, depois de passar pela Globo e, atualmente, estar na Panini, o gibi Mônica estamparia na capa de sua edição de junho de 2011 o # 500.

De fato, estampou. Graças à Panini, que publicou Mônica # 54 destacando o "500" na capa - em caracteres garrafais - e na lombada, registrando ainda o "54" de forma quase imperceptível (em um tom cinza apagado), para marcar o lançamento.

Ao contrário de outras edições comemorativas dentro da linha regular mensal - como Mônica # 50 -, esta não traz apenas a HQ de abertura aludindo ao evento especial. É, do início ao fim, dedicada exclusivamente ao feito histórico da revista da menina dentuça.

Até os passatempos (com citações textuais e visuais a várias edições do gibi) e a tradicional tira da última página são alusivas à comemoração. Sem contar o frontispício (que não existe nas edições normais da revista) e dois minipôsteres.

E ainda registra, numa página exclusiva para isso, a quantidade de edições da revista publicadas pela Panini e outras editoras (200 na Abril e 246 sob a chancela da Globo), com a reprodução das capas de estreia.

O gibi tem duas aventuras, cada uma dividida em três partes. A primeira, As 500 edições da Mônica, faz uma nova viagem à "dimensão dos infinitos gibis", desta vez para recuperar todas as edições anteriores de Mônica, que haviam sumido de uma gibiteca extradimensional em que são guardadas as memórias das histórias em quadrinhos.

Na trama, os monstros do esquecimento, criados inadvertidamente por um antigo fã da Turma da Mônica que ficou adulto e não se lembrava mais dos personagens de Mauricio de Sousa, transformam-se em capas clássicas ou contemporâneas do gibi, quando são derrotados pela Turminha (que vence os confrontos ao interpretar as cenas dessas capas).

É um prato cheio para os fãs veteranos, possivelmente os que não precisarão fazer nenhum esforço para entrar no clima de celebração.

O mesmo vale para a segunda aventura da edição. Se a primeira homenageia as capas da revista, Outros 500 revisita algumas HQs e tiras clássicas inesquecíveis (como a da primeira aparição da Mônica), de várias épocas, redesenhadas no mesmo estilo gráfico original.

A grande sacada da HQ é que as histórias paralelas são reencenadas pelo Xaveco - na verdade, uma vilã se passando por ele -, depois de fazer sucessivas viagens no tempo para alterar o curso editorial da Turma da Mônica e virar o personagem principal de Mauricio de Sousa.

A revista também foi lançada numa versão de luxo, com capa metalizada e miolo em papel especial e destacando apenas o número 500, como se fosse um especial, mesmo.

Nem precisava...