MONSTER # 1
Editora: Panini Comics - Série bimestral
Autor: Naoki Urasawa (roteiro e arte).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 224
Data de lançamento: Julho de 2012
Sinopse
Doutor Tenma é um jovem e excelente neurocirurgião japonês que foi para a Alemanha Ocidental seguir carreira no Hospital Memorial Eisler.
Ele é usado pelo Doutor Heinemann, diretor geral do hospital, e sua filha Eva, de quem é noivo, para levantar o nome do hospital. Em troca, Tenma ocupa um posto de chefe da equipe de neurocirurgia.
Mas ele começa a questionar as atitudes do diretor geral, até que, um dia, contraria suas ordens e, em vez de atender o prefeito enfermo, faz a cirurgia no garoto que chegou antes com um tiro na cabeça: Johan Liebert, filho do refugiado ex-secretário da Alemanha Oriental, o qual fora vítima de um crime misterioso que resultou na morte de seus pais.
A partir do momento em que salva o garoto, mistérios passam a acontecer na vida de Tenma. Investigadores o questionam e ele descobre que, talvez, seu pior erro tenha sido o que achava correto: salvar o garoto.
Positivo/Negativo
Ganhando outra chance no Brasil (depois de ter sido interrompido pela Conrad), Monster, sem dúvida é um dos melhores mangás já publicados por aqui. A nova versão, da Panini, é um alento para os fãs, uma vez que especula-se que no contrato de Naoki Urasawa haveria uma cláusula segundo a qual, em caso de cancelamento, nenhuma outra obra do autor sairia no País. E como a editora já anunciou 20th Century Boys...
Esse gênero de mangá, o seinen (com público-alvo entre 20 e 40 anos), está em falta por aqui. Trata-se de um estilo um pouco mais maduro e, no caso de Monster, uma boa opção para quem gosta de suspense e mistério. Além de os desenhos serem um atrativo à parte.
Monster é um mangá com mais textos que o habitual do estilo, mas a leitura é fluida e, ao terminar este primeiro volume, deixa aquele desejo de saber logo o que vem a seguir.
Os personagens são bem característicos e reais. É fácil identificar no diretor geral, Dr. Heinemann, o egoísmo humano e a ambição que não deixa espaço para pensar no próximo. Já a sua filha Eva é a patricinha fútil.
Mas Monster mostra também o lado solidário e a esperança na humanidade com as atitudes do Dr. Tenma, que acredita que todos os seres humanos são iguais.
Esse senso de justiça traz uma grande discussão, talvez um dos pontos altos da série: até que ponto esse julgamento é o melhor para ele e o seu paciente?
Enfim, este é apenas o primeiro dos 18 volumes da série. A Panini, desde que começou a publicar mangás, teve algumas falhas, como o cancelamento de Éden, por exemplo, mas vem fazendo um bom trabalho nas traduções e adaptações.
Além disso, as notas culturais no glossário oferecem um melhor entendimento e até um pouco de cultura histórica, já que a trama se passa na Alemanha Ocidental, na época da Guerra Fria, auge da briga entre socialismo e capitalismo.
Monster é uma boa pedida para os amantes de suspense e mistérios e tem personagens excelentes. Leitura obrigatória não apenas para fãs de mangás, mas para quem aprecia uma boa história.
Classificação: