MORNING GLORIES - VOLUME ONE
Editora: Image Comics - Edição especial
Autores: Nick Spencer (texto), Joe Eisma (arte) e Alex Sollazzo (cores).
Preço: US$ 9,99
Número de páginas: 192
Data de lançamento: Março de 2011
Sinopse
Seis adolescentes são matriculados na Morning Glories Academy, uma das escolas de maior prestígio da América.
Mas eles logo se descobrem isolados do mundo exterior e precisam lutar para sobreviver num ambiente opressivo e cheio de mistérios.
Positivo/Negativo
Morning Glories, a nova série mensal de sucesso da Image, já foi considerada uma mistura entre o seriado televisivo Lost e o clássico filme oitentista O clube dos cinco, de John Hughes.
A comparação pode não dar conta de todas as nuances deste quadrinho, mas também não dista muito da realidade. A criação do ascendente Nick Spencer lida bem com personagens jovens e cheios de características particulares, ao passo que um grande mistério funciona como pano de fundo.
As personalidades vão entrando em confronto enquanto um intrigante quebra-cabeças toma forma. A ambientação de um colégio interno funciona perfeitamente para a trama.
Compilando as seis primeiras edições do título, este encadernado abre com uma tentativa de fuga da escola por um estudante não identificado, apresenta um ser sobrenatural e já define bem o clima da série. Logo o leitor é apresentado aos seis protagonistas, adolescentes sem nada em comum além da escola para onde são enviados.
Essas cenas inicias já deixam claro o talento do roteirista Nick Spencer para caracterização e bons diálogos. Enquanto uma das garotas de despede de seus vários namorados, outro é flagrado numa discussão com a mãe sobre os muitos problemas que causou em sua vida desregrada. São detalhes que atestam o cuidado na composição de personagens.
Mas é quando eles iniciam sua vida estudantil na Morning Glories que a trama pega fogo de verdade.
Casey, Jede, Zoe, Jun, Hunter e Ike não tardam a descobrir que fazem aniversário no mesmo dia, seus pais se esqueceram deles e não havia mais comunicação com o mundo exterior. E este é apenas o início de seu inferno pessoal.
Logo o grupo se encontra envolvido numa teia de mortes e técnicas de controle e dominação bem diferentes do que se poderia esperar de uma escola tradicional. E, para satisfação do leitor, os seis decidem resistir e lutar contra o ambiente que os oprime, mesmo sem perspectivas de vitória.
Numerosas pistas são lançadas a todo momento, incluindo flashbacks para a década de 1940, e fica a sensação de um grande plano para a série. Contudo, por enquanto ainda não dá para ter uma ideia bem definida sobre o que é realmente a Morning Glories e qual seu propósito para os estudantes.
Spencer despontou no mundo dos quadrinhos com Morning Glories (antes, escrevera apenas algumas minisséries sem muita expressão), e chamou atenção de Marvel e DC. Não fica difícil perceber o motivo.
O texto do autor prende a atenção do início ao fim, deixando o leitor ávido pela próxima cena. O clima de mistério da narrativa é contagiante, e não demora para se começar a torcer pelos protagonistas, enquanto se tenta entender o que, de fato, acontece.
A estrutura da série lembra muito o trabalho do consagrado Brian K. Vaughan, com o qual o autor também divide o gosto por espertas citações de cultura pop. Mesmo complexa e enigmática, a trama flui sem grandes complicações, de forma agradável e fácil de seguir. E parece que os mistérios irão se alongar por um bom tempo.
Mais um ponto positivo a se destacar são as capas, assinadas por Rodin Esquejo, e incluídas neste volume. Seu estilo é realista e expressa bem a face dos personagens.
A arte interna, de Joe Eisma, apesar de competente, não se destaca tanto. Ela lida bem com o ritmo das cenas, mas um quadrinho sem tantos elementos fantásticos, no qual expressões faciais e linguagem corporal são fundamentais, pede algo mais.
Ainda assim, a combinação Spencer e Eisma começa vitoriosa. E Morning Glories é um dos lançamentos mais promissores de 2011.
Classificação: