Motoqueiro Fantasma – Estrada para a danação
Editora: Salvat / Panini Comics – Volume 15 da Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel
Autores: Garth Ennis (roteiro) e Clayton Crain (arte) – Originalmente em Ghost Rider (Volume 4) # 1 a # 6.
Preço: R$ 29,90
Número de páginas: 160
Data de lançamento: Março de 2013
Sinopse
Uma nova introdução do Motoqueiro Fantasma no Universo Marvel, em uma aventura que mescla poder, Céu, Inferno e um prisioneiro que quer se libertar.
Positivo/Negativo
A coleção Salvat / Panini com as melhores graphic novels da Marvel apresenta seu 15º volume com uma história na qual o polêmico roteirista irlandês Garth Ennis assume o título norte-americano do Motoqueiro Fantasma. Em sua companhia, está o ilustrador digital Clayton Crain.
No início desta reintrodução, o leitor descobre que o Motoqueiro está preso no Inferno, de onde tenta fugir, noite após noite, e nunca consegue. Afinal, esta é sua pena na terra dos demônios. Esta HQ já havia sido publicada no Brasil na revista Marvel Max, em capítulos.
Surgem, então, dois anjos que desejam evitar que um mal maior aconteça com a Terra, já que um poderoso demônio está para encarnar graças a um poderoso industrial. E tanto Céu quanto Inferno lançam mão de criaturas para interromper este nascimento.
Como é de se esperar em uma história de Ennis, os anjos recorrem ao Motoqueiro Fantasma para a missão. E, para tanto, prometem conseguir a liberdade de Johnny Blaze.
A partir daí, tem-se uma típica história de Garth Ennis. Céu e Inferno se confrontando, a humanidade sendo joguete de ambos os lados em uma trama relativamente envolvente.
Relativamente porque a história não empolga tanto. E não porque qualquer leitor acostumado às obras anteriores de Ennis, seja no comando das histórias de John Constantine, seja nas de sua maior criação, Preacher, percebe que ele está se contendo.
Claramente percebe-se a mão invisível da Marvel freando o escritor. Ele está muito menos ácido, mesmo atuando em um campo em que é mestre – a dicotomia Céu e Inferno –, divertido, espalhafatoso e sanguinolento.
Existem, sim, momentos de brilho, como o diálogo entre os anjos na Lua, onde a frase “devíamos ter ficado com os dinossauros” é proferida, ou quando um dos anjos resolve “apagar” uma mortal que os vê conversando no topo de um prédio.
Mesmo assim, é difícil tirar da boca o gosto de obra (mal) requentada. Parece que Ennis estava com preguiça.
Quanto à arte, Crain a faz inteiramente no Photoshop. Há quem ame, há quem odeie. De qualquer forma, é um desenho vistoso, que – principalmente nos momentos de brilho – chama a atenção.
Porém, como toda arte computadorizada, falta o dinamismo do desenho e, mesmo tentando colocar camadas de blur no Photoshop, Crain não consegue dar o senso de movimento que um traço mais orgânico teria.
A edição Salvat / Panini é muito boa. Como as demais dessa coleção, é em capa dura e fica bonita na estante, principalmente porque os volumes reunidos formarão um belo painel.
Há poucos extras: um prefácio de Marco Lupoi, diretor de publicações da Panini Itália, um recordatório explicando ao leitor novato o que aconteceu com o personagem até então, as capas das edições originais, um texto com a trajetória editorial do Motoqueiro Fantasma e, por fim, uma biografia do desenhista.
Não, não há a biografia de Garth Ennis. Provavelmente, ela saia quando outro título do mesmo escritor, Justiceiro – Bem-vindo de volta, Frank, chegar às lojas.
Mesmo não sendo um título sensacional, vale a leitura, nem que seja apenas para não deixar um furo na estante de quem optou por fazer a coleção.
Classificação