Mulher-Hulk – Mulher solteira procura
Editora: Salvat – Edição especial
Autores: Dan Slott (roteiro) e Juan Bobillo e Paul Pelletier (arte) – Publicado originalmente em She-Hulk # 1 a # 6.
Preço: R$ 32,90
Número de páginas: 160
Data de lançamento: Janeiro de 2015
Sinopse
A festeira Mulher-Hulk é chamada para trabalhar como advogada. Mas não como a maior e mais verde heroína Marvel, e sim como a singela e indefesa Jennifer Walters, seu alter ego.
Positivo/Negativo
É interessante perceber que a história aqui analisada em momento algum se leva a sério. A Mulher-Hulk retratada por Slott é um pastiche do mundo dos super-heróis. E, por este motivo, a leitura pode ser agradável ou detestável.
A Mulher-Hulk aqui retratada odeia lembrar que um dia já foi (e ainda é) a frágil Jennifer Walters, prima de Bruce Banner. Como – diferentemente do primo mais violento – a personagem consegue controlar sua alteração física, ela se diverte e prefere ficar na sua forma verde com mais de 2 metros de altura e músculos proporcionais.
E a verdona se diverte muito mesmo. A ponto de ser expulsa da mansão dos Vingadores porque o próprio Tony Stark, um baladeiro playboy, acha que ela está muito festeira.
Ao mesmo tempo, um grande advogado da Goodman, Lieber, Kurtzberg & Holliway (dê uma busca no Google pra saber de onde vêm esses nomes!), a maior empresa de advocacia para seres superpoderosos, convida Jennifer – não a Mulher-Hulk – para fazer parte de seus quadros e trabalhar em prol dos meta-humanos residentes nos Estados Unidos.
Mesmo não querendo ser a frágil persona de Jennifer, dadas as condições, a personagem topa a empreitada.
Com esta ideia, Slott busca trazer a essência humana da Mulher-Hulk, tentando esquecer que ela também é superpoderosa. Em alguns momentos, isso até funciona, como quando a heroína tem dificuldades de lidar com sua colega de trabalho ambiciosa.
Em outros, contudo, falha miseravelmente, como quando ela decide voltar a namorar um ex.
A questão é que, por mais que Slott tenha trazido Jennifer para o foco, quem sempre precisa resolver a pendência é a Mulher-Hulk. Isso até faz sentido, já que a própria personagem não gosta da sua personificação humana, mas, mesmo assim, o autor poderia ter se esforçado mais para tornar Jennifer relevante.
O forte da trama são mesmo os momentos de humor, como quando o Homem-Aranha a contrata para faturar uns trocos em cima do velho editor do Clarim Diário, J. Jonah Jameson. Com o escalador de paredes (ainda que muito caricato), surgem as melhores tiradas.
O resgate de vários personagens antigos da Marvel também merece destaque, como Assombroso, John Jameson e Escorpião.
Além disso, para Jennifer “estudar” os casos, é necessário que ela leia pilhas de gibis velhos, nos quais estão marcados todos os casos nos quais aqueles personagens se meteram. É uma quebra da “quarta parede” feita com bastante comicidade.
Já os desenhos parecem sofrer do mal do Spectreman. Lembra quando o herói japonês passava na televisão e ora tinha 5 m de altura, ora 1,70 m? Pois é. Os artistas aqui fazem a mesma coisa.
Em alguns momentos, a Mulher-Hulk é gigantesca perto de um homem comum. Em outros, é da mesma altura. Depois, é muito musculosa, para depois surgir com uma musculatura franzina.
Se isso fosse feito de propósito, talvez ficasse engraçado. Mas não foi. Então, fica evidente que o tamanho da heroína adequa-se ao roteiro.
Enfim, se você quiser uma história descompromissada, e até meio boba em certos momentos, este álbum pode render alguns minutos de diversão. Mas se sua predileção for por algo mais substancial, passe longe.
Classificação