NANQUIM DESCARTÁVEL # 3
Autor: Daniel Esteves (texto), Wanderson de Souza (desenho da parte 1 e interlúdios), Samuel Bono (arte-final da parte 1 e interlúdios), Mário Cau (arte da parte 2), Júlio Brilha (arte da parte 3), Mário César (arte da parte 4) e Laudo Ferreira (arte da parte 5).
Preço: R$ 6,00
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Agosto de 2009
Sinopse: Cinco capítulos - cada um focado em cada refeição de um único dia - mostram a rotina de um grupo de amigos.
Positivo/Negativo: Esta terceira edição de Nanquim Descartável traz como título de seu editorial a frase "A série onde (sic) aparentemente nada, mas um bocado de coisa é dita". Sem dúvida, é uma boa definição para a HQ do roteirista Daniel Esteves.
Isso porque o roteiro compila algumas ideias interessantes, tem boas cenas, diálogos cativantes e um punhado de referências à cultura pop.
Até aí, tudo bem. Dá pra dizer o mesmo da série Estranhos no Paraíso, dos livros de Nick Hornby, das HQs da Menina Infinito, de Fábio Lyra, do filme Apenas o fim, do também quadrinhista Matheus Souza, e de dezenas de outras obras que o pop criou nos últimos anos.
O problema é que, especificamente em Nanquim Descartável, tudo isso fica solto no roteiro. O resultado não consegue ir muito além de uma sucessão de acontecimentos soltos, sem grande propósito.
E é aí que o troço fica esquisito: Daniel Esteves tem tudo para fazer uma boa HQ nas mãos. Tem clima, personagens interessantes, ritmo e, ainda por cima, consegue reunir um belo time de artistas. Em outras revistas, o autor já mostrou que tem fôlego para fazer boas HQs. Mas, quando chega a hora de fazer seu próprio título, a narrativa simplesmente não se sustenta sozinha.
Na hora da leitura, o foco acaba indo pro trabalho dos cinco artistas, todos da cena independente brasileira. Olhar os mesmos personagens feitos com traços diferentes se tornando o grande barato - e a grande sacada - da revista.
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