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NICK FURY, AGENTE DA S.H.I.E.L.D. # 1

1 dezembro 2004


Autores: Nick Fury - Jim Steranko (roteiro e arte);

Falcão Fantasma - Não creditada.

Preço: NCr$ 0,50 (preço da época)

Número de páginas: 32 páginas (em preto-e-branco, formato americano)

Data de lançamento: Maio de 1969

Sinopse: Na história Quem é Scorpio?, um misterioso agente inimigo ameaça a segurança da S.H.I.E.L.D. e do chamado mundo livre. Nada de sabe sobre este vilão, além de seu nome.

Mas quem é Scorpio? E quais os seus motivos? O agente Nick Fury terá pouco tempo para tentar descobrir, e ainda será o alvo do inimigo. Uma história de espionagem ao melhor estilo anos 60, com lutas, mulheres bonitas e corridas desesperadas contra o tempo.

Na segunda história, uma companhia de Hollywood pretende realizar filmagens nas ruas de Metrópolis, e isso preocupa o Comissário Gordon que está temerário com a onda de crimes que assola a cidade.

Positivo/Negativo: O Falcão Fantasma é um dos muitos personagens cultuados pelos colecionadores de HQs dos anos dourados, mas que foi esquecido.

Clipper Kirk é um hábil e atrevido piloto de caça que adota a identidade e a fantasia de Falcão Fantasma para combater o crime. Uma curiosidade é que o personagem teve sua primeira aparição, ainda em sua identidade civil, na revista Wings Comics # 1, publicada em 1940 pela editora Fiction House. Só na edição 69, de 1946, ele assumiria a identidade de Falcão Fantasma (Phantom Falcon).

Mais tarde, Clipper adotaria a identidade civil de Chet Horne, assistente do Comissário Gordon, chefe da policia da cidade de Metrópolis.

No melhor estilo Missão Impossível, Nick Fury é um espião da maior e mais bem equipada agência de proteção e execução da lei do planeta. a S.H.I.E.L.D. Com armas mirabolantes e muita perspicácia, ele enfrenta complicadas situações de espionagem e contra-espionagem. Steranko pegou uma velha fórmula e deu uma cara nova, inovando na forma de contar as mesmas histórias de agentes secretos e conseguindo um resultado magnífico.

A narrativa gráfica utilizada por Steranko é superlativa. O artista usa com mestria conceitos já difundidos nas HQs e nas artes em geral, misturando-os com a então emergente pop art.

Nesta edição, ele usa todos os planos (representação de espaço: à distancia, close, superclose, médio, americano e total) e enquadramentos (ângulo de visão do plano: de frente, de costas, plongé - visão geral que serve para dar impressão de encurralamento - e contra-plongé - que focaliza o personagem de baixo pra cima, exaltando-o, tornando-o maior do que é na realidade) usuais nas histórias em quadrinhos.

Jim Steranko ousou inovar e aplicou nas HQs técnicas de arte ótica (ou pop art, como é mais conhecida), que exploram a falibilidade do olho. Assim, muitos artistas, sobretudo na década de 1960, desencadearam um movimento que explorava ilusões óticas intencionalmente induzidas, quer pelo uso de formas geométricas impossíveis, pela utilização acentuada de espirais abstratas, cores, padrões ondulados, listras, pontos, perspectivas absurdas, imagens difusas etc. O resultado era um trabalho psicodélico, que por vezes desnorteava o observador.

O artista utilizou retículas, enquadramentos estranhíssimos e uma imensa variedade de planos num único quadrinho. A técnica utilizada para imprimir movimento à cena (tornando o cenário difuso) foi genial e, apesar de ser comum nos mangas, não o era nos quadrinhos europeus e americanos, sobretudo naquela época.

A ousadia de Steranko foi tanta, que o leitor pouco avisado podia achar que os efeitos obtidos foram produto de erro e não uma técnica intencional.

O acabamento desta edição é sofrível: mal impressa, refile (corte das páginas) péssimo, letras ruins e impressão em preto-e-branco. Parte da intencionalidade do artista é perdida quando se retira a cor de um trabalho com premissa baseada em pop art. Por isso, este, sem dúvida, é o principal defeito da revista. Pra piorar, o nome de Jim Steranko foi grafado Jim Sterango.

Este primeiro número de Nick Fury, Agente da S.H.I.E.L.D., embora produzida sem muito esmero, é uma bela peça de coleção, tanto pelo uso inovador da pop art nas histórias em quadrinhos, quanto pela relativa dificuldade que é consegui-la. Embora não seja uma tarefa fácil, vale a pena percorrer sebos em busca desta revista.

Classificação:

4,0

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