Autor: Fernando Gonsales (texto e arte).

Preço: R$ 26,00

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Novembro de 2009

Sinopse: Coletânea com mais de 200 tiras da série Níquel Náusea, de Fernando Gonsales.

Positivo/Negativo: São raras as histórias em quadrinhos que o leitor tem absoluta certeza de que seu dinheiro será bem gasto. Os álbuns de Níquel Náusea frequentam este seletíssimo grupo. Com folga.

Fernando Gonsales, que é veterinário e biólogo, consegue algo muito, muito difícil: faz suas histórias (quase) sempre sobre o mesmo tema desde 1981 e até hoje consegue não se repetir, se manter atual e, o principal, engraçado.

Neste nono livro pela Devir são 230 tiras da série Níquel Náusea, mas, como acontece nos jornais que a publicam, o rato doidão e os outros personagens de seu núcleo, como o Rato Ruter, o Sábio do Buraco, a barata Flit e a rata "gatinha", não estrelam nem metade delas.

E essa talvez seja o segredo para o "cheiro" de novidade que a obra de Gonsales mantém desde sempre. O autor faz piada com praticamente todas as expressões populares que usam animais - e elas são muitas.

Mas não é só isso. Gonsales encontra sacadas inusitadas, como caranguejos que fazem queda de braço esquerdo, tartaruga que pede massagem nas costas, leão que pede pizza de antílope no zoológico e outras.

E aí, fica impossível não esboçar sorrisos ou até dar boas risadas durante a leitura.

Merece elogios também o agradável projeto gráfico, de autoria de Gonsales, sempre com uma vinheta vertical ladeando as cinco tiras de cada página.

Editorialmente, a Devir faz um trabalho competente. Mas como Gonsales tem material de sobra da série, para o fã de bons quadrinhos, seria interessante diminuir o intervalo entre a publicação de um álbum e outro.

Afinal, pra usar um termo que o locutor esportivo Osmar Santos popularizou no início dos anos 90, para definir o melhor jogador em campo, e quem muito a ver com o "pai" de Níquel Náusea, Fernando Gonsales é "animal".

 

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