NOVOS TITÃS E SUPERBOY # 1
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Autores: Novos Titãs em espírito adolescente (Teen Titans # 1) - Scott Lobdell (roteiro), Brett Booth (desenhos), Norm Rapmund (arte-final) e Andrew Dalhouse (cores).
Superboy em O Clone (Superboy # 1) - Scott Lobdell (roteiro), R.B. Silva (desenhos), Rob Lean (arte-final) e Richard e Tanya Horie (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Junho de 2012
Sinopse
Novos Titãs - Numerosos meta-humanos adolescentes começam a surgir ao redor do planeta, forçando uma misteriosa organização a caçá-los impiedosamente. A única esperança desses novos heróis jovens é Tim Drake, o Robin Vermelho.
Superboy - Nos laboratórios secretos da Momentum, o primeiro clone híbrido com DNA terrestre e kryptoniano está sendo estudado e participa de uma existência virtual que simula uma cidade do Kansas. Mas ele não é exatamente o que seus criadores esperavam. Qual será o segredo desse garoto superpoderoso?
Positivo/Negativo
Os Novos Titãs surgiram na década de 1960, no título dedicado a encontros de super-heróis da DC Comics The Brave and The Bold, como uma espécie de Liga da Justiça Júnior. Integravam a equipe os tradicionais parceiros juvenis de seus principais ícone: Robin, Kid Flash, Aqualad, Moça-Maravilha e Ricardito.
Com o tempo, o grupo cresceu e evoluiu para além de seu conceito inicial, abrigando heróis adolescentes de trajetórias únicas e conquistando cada vez mais importância. O ápice foi na década de 1980, quando o roteirista Marv Wolfman e o ilustrador e corroteirista George Pérez reformularam o título da "molecadinha", abrindo espaço para tramas mais modernas, personagens bem construídos e muita ação.
Logo, Novos Titãs se tornou a revista mais rentável da editora, rivalizando com X-Men, da Marvel.
Infelizmente, porém, a popularidade dos Titãs não sobreviveu à saída da dupla de criadores, e sucessivas novas versões falharam em conquistar o público. Autores como Dan Jurgens, Devin K. Grayson e Geoff Johns escreveram histórias do grupo com relativo sucesso, mas nada que lembrasse os velhos tempos.
Agora, com o reboot do Universo DC, foram escalados Scott Lobdell e Brett Booth para dar nova vida aos Titãs, e a história de abertura dessa fase, se não indica um novo clássico, tem uma premissa válida e muito potencial.
A primeira mudança digna de nota da atual versão em relação ao conceito original é que os jovens heróis não têm mais ligação com suas contrapartes adultas da Liga da Justiça. Com exceção do Robin Vermelho, o ex-parceiro do Batman, os Titãs que fazem sua estreia nesta edição parecem completos novatos no mundo dos superpoderes, e o roteirista Scott Lobdell usa uma solução bastante criativa para reuni-los.
Há um clima de conspiração e organizações secretas que funciona muito bem, e o trabalho do autor na caracterização dos personagens chama a atenção. O roteirista foi um dos principais nomes à frente dos X-Men na década de 1990, investindo numa narrativa típica de soap operas, que acabou prejudicada por conta de intervenções editoriais e sucessivas megassagas.
É de se esperar que ele se saia melhor em sua tarefa de recriar os Titãs do zero, justamente com o tipo de história que sabe fazer melhor. Curiosamente, o ilustrador Brett Booth também teve destaque durante os anos 1990, em títulos da WildStorm e até como substituto de Jim Lee no Quarteto Fantástico em sua versão Heróis Renascem. A escalação de Booth para os Novos Titãs evidencia a da retomada de artistas e tendências dessa década tão polêmica.
Paralelamente ao trabalho nos Titãs, Lobdell recria o título mensal do Superboy, ignorando suas encarnações anteriores, mas mantendo a origem como clone híbrido de Superman e de um doador humano de DNA - ainda não foi revelado se é Lex Luthor.
O clima difere consideravelmente das aventuras dos criadores Karl Kesel e Tom Grummett, bem como dos mais recentes Geoff Johns e Jeff Lemire. Mas todas as mudanças são compreensíveis por se tratar de um reboot quase completo no quadriverso da editora, e os leitores podem curtir se encararem o personagem renovado com a mente aberta.
Mais uma vez, o forte de Lobdell está na composição de personalidades, com o monólogo interior do futuro super-herói e algumas coadjuvantes femininas que logo se destacam. Aqui, são as investidas dele em paqueras e dramas típicos da adolescência e um dilema ético bem posicionado que fazem a diferença e marcam o espaço do Superboy entre os Novos 52 da DC Comics.
O desenhista R.B. Silva se revela uma escolha acertada para o título, justamente pelo frescor com que mescla a juventude do protagonista com os laboratórios da Momentum.
Novos Titãs e Superboy é mais uma das novas revistas mensais lançada pela Panini especialmente para lojas especializadas, e pode-se questionar a decisão de não incluir os dois títulos no mix de Universo DC, que acabou sendo a mais fraca da nova leva. Afinal, os heróis adolescentes são muito mais populares que Falcões Negros ou OMAC, e não fariam feio se lançados nas bancas.
No mais, é esperar que a iniciativa da editora funcione e as novas séries alcancem um público mais seleto e dedicado. Tanto os Titãs quanto o Garoto de Aço têm uma longa tradição nos quadrinhos de super-heróis, e só se pode torcer para que esta nova fase leve-os de volta ao estrelato.
Classificação: