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Reviews

NOVOS X-MEN - IMPERIAL

1 dezembro 2012

NOVOS X-MEN - IMPERIAL

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Grant Morrison (roteiro), Leinil Francis Yu, Frank Quitely, Ethan Van Sciver e Igor Kordey (desenhos), Jerry Alanguilan, Tim Townsend, Richard Perrota, Sandu Florea, Danny Mikki e Scott Hanna (arte-final) e Hi-fi Design (cores) - Publicado originalmente em New X-Men Annual 2001 e New X-Men # 122 a # 126.

Preço: R$ 23,90

Número de páginas: 176

Data de lançamento: Janeiro de 2009

 

Sinopse

Possuindo o corpo do Professor X, Cassandra Nova revelou ao mundo a identidade dos X-Men e partiu para o espaço com planos de conquista. Agora, ela comanda todo império Shiar, e decide erradicar a raça mutante.

Mesmo enfraquecidos por uma doença misteriosa, os X-Men são o único obstáculo no caminho da perigosa vilã.

Positivo/Negativo

Dando prosseguimento à controversa fase de Grant Morrison nos mutantes mais famosos da Marvel, a Panini publicou neste segundo encadernado o arco Imperial, com o confronto definitivo entre os X-Men e a irmã gêmea maligna do Professor X, Cassandra Nova.

Após as aventuras de Novos X-Men - E de Extinção, o roteirista escocês apresenta um trabalho criativo, cheio de ideias diferenciadas que deram novo fôlego à franquia.

A escalação de Morrison foi um grande acerto da editora, pois ele pôs fim à mesmice que imperava nas séries mutantes e tornou o título principal dos personagens atraente para o grande público, sem alienar os fãs de carteirinha.

Desde os saudosos tempos de Chris Claremont, John Byrne e, posteriormente, Jim Lee, os heróis não brilhavam tanto. O diferencial do autor foi tratar Novos X-Men como um título de ficção científica, explorando os desdobramentos da cultura mutante no planeta e o funcionamento da Escola para Superdotados como nunca se vira antes.

Mais conhecido por suas obras com os super-heróis da rival DC Comics, nas quais apresenta uma mescla de conceitos da Era de Prata com delírios imprevisíveis, e por notáveis experimentações pessoais em títulos mais alternativos, Morrison se adaptou perfeitamente ao clima da Marvel.

Ao contrário do que fez em Liga da Justiça e Grandes Astros Superman, em que havia grande reverência ao passado dos personagens, o autor olha apenas para frente em Novos X-Men. Não há nada de nostalgia ou de homenagens a glórias do passado, e é justamente de avanços conceituais que os mutantes estavam precisando.

A ideia de uma irmã gêmea perversa do Professor Xavier pode soar ridícula à primeira vista, como um clichê ruim de soap opera, mas funciona bem no texto de Morrison. Cassandra Nova é uma vilã de motivação convincente, que extrai o melhor dos super-heróis e tem origem fincada num passado esquecido de seu líder.

Claro que comandar o poderoso Império Shiar só expande o potencial da antagonista nesta trama cheia de reviravoltas. Além de lidar com a questão de oponentes superpoderosos do espaço sideral, o escritor trabalha bem a dinâmica de personalidades entre Ciclope, Wolverine, Jean Grey e Fera, introduzindo também um novo integrante da equipe, Xorn, e reinventa a Rainha Branca.

Dramas de personagens em conflito são a essência das histórias da Marvel, e Morrison prova que entende bem isso. Talvez o grande destaque, todavia, seja sua abordagem para o Instituto Xavier, que funciona como uma escola avançada, na qual jovens mutantes aprendem a fazer a diferença na sociedade e a controlar seus poderes.

Por meio de novos personagens, o autor trata de questões típicas da adolescência, como relacionamentos, alienação e frustrações diversas. Esse lado mais humano funciona como pano de fundo para as fantasias da revista, permitindo ao leitor manter o pé no chão. Afinal, de nada adiantariam as ideias mais revolucionárias se não houvesse um elemento de identificação.

Morrison vem acompanhado de um excelente artista, seu usual colaborador Frank Quitely, perfeito para ilustrar ideias mirabolantes num clima bem arrojado que logo salta aos olhos. Leinil Francis Yu e Ethan Van Sciver também apresentam traços competentes, mantendo o nível elevado. Apenas Igor Kordey destoa, com um estilo marcante, porém inadequado aos personagens.

Vale destacar a primeira história do encadernado, com arte de Yu, que é toda narrada na horizontal, o que se convencionou chamar de widescreen. Trata-se de um recurso pouco utilizado nos quadrinhos, que resulta num efeito interessante.

Com o término da fase de Grant Morrison em Novos X-Men, que a Panini publicará em breve, os mutantes tiveram uma fase excepcional por Joss Whedon, mas logo voltaram às mãos de escritores menos gabaritados.

De fato, fica difícil para um roteirista de talento expressar sua visão sobre esses ícones dos quadrinhos fugindo das intervenções editoriais e dos limites da cronologia. Como Morrison conseguiu, resta ao leitor aproveitar.

 

Classificação:

4,0

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