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O CASAMENTO DO SUPER-HOMEM

1 dezembro 2006


Autores: Roteiro: Dan Jurgens, Karl Kesel, David Michelinie, Louise
Simonson e Roger Stern;

Desenho: John Byrne (1 e 2), Kerry Gammill (3 e 4), Gil Kane (5 e 6),
Stuart Immonen (7 a 17 e 33), Paul Ryan (18 a 20 e 51 a 58), Jon Bogdanove
(21 a 23, 25 e 26, 28, 30 e 31, 34 e 35 e 80), Kieron Dwyer (24, 27 e
29), Tom Grummett (32, 71 a 78 e 81 a 83), Dick Giordano (36 e 37), Jim
Mooney (38 e 39), Curt Swan (40 a 45), Nick Cardy (46 e 79), Al Plastino
(47 e 48), Barry Kitson (49 e 50), Ron Frenz (59 a 70) e Dan Jurgens (84
a 91);

Arte-final: Terry Austin (1 e 2), Murphy Anderson (3 e 4), Bob McLeod
(5 e 6), Jose Marzan, Jr. (7 a 17 e 33), Brett Breeding (18 a 20 e 51
a 58), Dennis Janke (21 a 23, 25 e 26, 28, 30 e 31, 34 e 35 e 80), Doug
Hazlewood (24, 27 e 29), Denis Rodier (32, 71 a 78 e 81 a 83), Art Thibert
(36 e 37), George Pérez (38 e 39), Jackson Guice (40 a 45), Nick Cardy
(46 e 79), Al Plastino (47 e 48), Ray McCarthy (49 e 50), Joe Rubinstein
(59 a 70) e Jerry Ordway (84 a 91);

Cores: Glenn Whitmore.

Preço: R$ 5,00 (preço da época)

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Maio de 1998

Sinopse: Depois de desmanchar o noivado com Clark Kent, Lois Lane
deixa Metrópolis para colocar as idéias no lugar, trabalhando como correspondente
internacional. Mas, lógico, não consegue ficar longe de encrencas.

Enquanto isso, o alter ego do Super-Homem ocupa interinamente o cargo
de editor-chefe do Planeta Diário, porque Perry White está afastado lutando
contra um câncer de pulmão. Pra piorar, ele perdeu seus poderes e está
morrendo de saudades de sua ex.

Mas quando Lois retorna à cidade, invadindo a redação do jornal com um
vestido de noiva todo rasgado, não tem jeito. No reencontro os dois admitem
que nasceram um para o outro e decidem se casar!

Positivo/Negativo: Em 1996, a série televisiva Lois & Clark
(As Novas Aventuras do Super-Homem por aqui) fazia grande sucesso
nos Estados Unidos. Foi quando os produtores decidiram que atrairiam ainda
mais audiência se Clark Kent e Lois Lane se casassem.

O Convite

Mas isso não havia acontecido nos quadrinhos, a mídia original
do personagem... Sem problemas! A Warner, produtora do seriado,
é também a proprietária da DC
Comics
e simplesmente deu o recado: depois de 58 anos era hora
de Clark e Lois trocarem alianças.

E assim nasceu esta edição especial, que saiu nos Estados Unidos em dezembro
de 1996 e chegou às bancas brasileiras em maio (o mês dos noivos!) de
1998.

É uma história atípica. Lembra muito mais um sitcom da TV norte-americana,
com alguns superseres no elenco. A trama tem de tudo: o casal reatando,
despedida de solteiro, chá de cozinha, sogro que não aceita o casório,
briga em bar, escolha do vestido de noiva, procura por um apartamento,
Máxima tentando novamente convencer o Super-Homem (na época ainda não
havia sido adotada a grafia do nome em inglês) a "juntar os trapos" com
ela e muitos convidados especiais.

No entanto, como era previsível, a história é pouquíssimo atrativa, uma
colagem de variadas situações pelas quais toda pessoa passa quando vai
se casar, com o acréscimo de, nesta fase, o herói estar sem poderes (a
seqüência em que ele se cansa após correr atrás de um bandido é risível).
Passa a impressão de que foi algo feito às pressas, o que tirou muito
do charme desse momento tão marcante dos quadrinhos.

Há ainda situações muito forçadas, como Lois, de vestido de noiva (fingiu
que ia casar com um bandido), botando três brutamontes pra dormir e obrigando
o piloto a pousar o avião em que estava; Mxyzptlk aparecendo só para dar
o ar da graça, sem aprontar nada; e Lex Luthor assistindo a tudo no melhor
estilo Big Brother. Ah, Batman também faz uma "ponta" para dar
um presente ao casal e dizer que montou uma força-tarefa para proteger
Metrópolis durante a ausência do Super-Homem.

Nos desenhos, a intenção foi juntar vários nomes históricos e atuais (na
época) da trajetória do personagem. Idéia bacana, mas o resultado é pra
lá de irregular. Enquanto nomes como Tom Grummet, John Byrne, Stuart Immonen,
Dan Jurgens e Curt Swan fazem belas páginas, há outras horríveis, como
as de Al Plastino (totalmente datada), Jon Bogdanove (a 31 é uma das piores)
e Ron Frenz (na 63, primeiro quadro, o Super parece que foi achatado).

Na cena final, na igreja, entre os convidados estão vários artistas e
escritores do Homem de Aço em todos os tempos e o staff da DC
na época. O padre era Jerry Siegel, um dos criadores do herói.

Nos EUA, a edição teve uma tiragem limitada para colecionadores, com o
"S" em relevo na capa em detalhes prateados. Aqui, a Abril usou
apenas uma cor especial no logotipo do herói. Mas a editora teve uma grande
sacada: enviou para os jornalistas um convite do casamento (veja ao lado),
um souvenir simples e atrativo que ajudou bastante na divulgação.

O CASAMENTO DO SUPER-HOMEMNo
entanto, se acertou na estratégia para atingir a imprensa, a editora errou
um bocado na página de créditos. Foram elencados os autores a partir da
página 5, mas a numeração da HQ começava do 1. Mais: várias artes são
atribuídas erradamente. Os créditos corretos são os listados na abertura
desta resenha.

Além disso, a Abril poderia ter usado no miolo, no lugar de uma
página de propaganda interna, a capa alternativa da edição (confira ao
lado), uma imagem bem bacana assinada por John Byrne.

O Casamento do Super-Homem não passa nem perto de ser uma HQ de
qualidade memorável, mas tem um valor histórico incontestável. Afinal,
mostra o primeiro dos super-heróis entrando pro rol dos homens sérios!
Só por isso vale ser procurada em sebos.

Classificação:

4,0

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