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O CORNO QUE SABIA DEMAIS E OUTRAS AVENTURAS DE ZÓZIMO BARBOSA

1 dezembro 2007


Título: O CORNO QUE SABIA DEMAIS E OUTRAS AVENTURAS DE ZÓZIMO
BARBOSA
(Pixel
Media
) - Edição especial

Autores: Wander Antunes (texto), Gustavo Machado e Paulo Borges (arte).

Preço: R$ 22,90

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Junho de 2007

Sinopse: Sete histórias de Zózimo Barbosa, um detetive bem carioca que se empenha (mas não muito) em desvendar casos de infidelidade no Rio dos anos 50. Nesta edição, estão as histórias:

A viúva de bigode - No dia da morte de Getúlio, Zózimo tem que receber o pagamento de um sujeito que era fanático pelo ex-presidente - e ficou completamente transtornado.

Dinheiro caído do céu - Bonitão se envolveu com a garota de um bacana milionário.

O corno que sabia demais - Bezerra se casou com um mulherão. Mas que ela é santinha (e de fato é), ele não acredita.

A aposta - O policial Paranhos é chamado para bater em Bonitão, que ia levar uma surra por estar saindo com uma garota com quem não transou... ainda. Mas será que o medo de apanhar fará o galã da história falhar na hora de realmente levar a moça para a cama?

Instinto assassino - Bonitão se envolve com a mulher de um pilantra.

Velhos amigos - O Vovô Souza foi sacana a vida toda. E Zózimo encontrou-o no asilo para se vingar.

Matando um amigo - Zózimo é contratado para matar Bonitão.

Positivo/Negativo: A dedicatória do álbum de Zózimo a Sergio Porto (o Stanislaw Ponte Preta), Nelson Rodrigues e Péricles não é por acaso. A tríade é quem vai dar o tom da história daí pra frente.

Wander Antunes fala do Rio, sim, mas de um Rio mitológico, que não existe mais e talvez nem tenha existido de fato. Nele, a malandragem é uma virtude popular. Faz com que as coisas aconteçam e é usada por homens e mulheres que se passam por santinhas.

A morte e a violência estão presentes, mas basta ser esperto para fugir delas. O malandro sai incólume de qualquer situação.

Na vida real, um policial como Paranhos, que prefere espancar a investigar, deu origem às tropas corrompidas. Mas O corno que sabia demais é fantasia, como as crônicas de A vida como ela é. Em algum momento, o Rio romântico se separou do Rio real e virou matéria-prima para ficção de primeira grandeza.

Não é por acaso que a arte de Gustavo Machado e Paulo Borges funcionam tão bem como Zózimo: o traço e as cores puxando para o pastel (mas com um peso nas básicas) são simples como as histórias da malandragem. Não tem firula nem excessos. Tanto que os roteiros são melhores quanto mais simples. O corno que sabia demais, HQ que dá título ao álbum, é redondíssima.

Quando Antunes arrisca em um roteiro mais sofisticado, também acerta - mas não tanto. Dinheiro caído do céu é mais complexa. E fica aquém das demais.

A edição da Pixel é igualmente bacana: simples, eficiente, inclui minibiografia dos autores e personagens e um texto breve sobre Zózimo. E só: sem frescuras, sem excessos, simples e eficiente.

Classificação:

4,0

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