O GAÚCHO # 1
Título: O GAÚCHO # 1 (SM Editora) - Revista sem periodicidade
fixa
Autor: Julio Shimamoto (texto e arte).
Preço: R$ 5,00
Número de páginas: 56
Data de lançamento: Maio de 2007
Sinopse: "Chama-se Fidêncio, gaúcho bravo e arrogante, mas buenaço." É assim que um coadjuvante de O Gaúcho define, de passagem, o protagonista.
Em sua primeira revista, Fidêncio vive duas aventuras.
Na primeira, desvenda uma tramóia entre três estancieiros vizinhos na região de Candelária.
Em seguida, ajuda o garoto Zoca a vingar-se da morte de seus pais.
Positivo/Negativo: Para ler O Gaúcho, é bom fechar os olhos para alguns detalhes, a começar pelo próprio traço de Julio Shimamoto, porque a reprodução o deixou levemente serrilhado.
Também é preciso deixar para lá alguns acentos que hoje estão errados - afinal, a tirinha foi publicada antes das alterações na ortografia da Língua Portuguesa de 1973 e esta edição não as corrigiu.
Outra coisa que é melhor deixar para lá é a visão de que a Guerra do Paraguai serviu para eliminar um tenebroso ditador - algo já contestado pelos historiadores há anos.
Mas basta fazer vista grossa para encontrar uma bem-vinda edição de um clássico das HQs brasileiras e um dos melhores trabalhos de Shimamoto.
O Gaúcho, conta a introdução da revista, é uma tira que, originalmente, saiu no suplemento Folhinha, da Folha de S.Paulo, entre 1963 e 1965. Foi produzida depois de uma temporada que o autor passou no Rio Grande do Sul. Em 2001, algumas dessas histórias foram publicadas no Universo HQ.
Fidêncio, o protagonista, não é exatamente um gaúcho histórico - está mais para uma versão em quadrinhos dos personagens de Barbosa Lessa e Erico Verissimo, lembrando em especial o Capitão Rodrigo, da longa epopéia de O Tempo e O Vento.
E é aí que Shimamoto acerta em cheio e dá seu golpe de mestre: transforma seu Fidêncio em um herói que vive, nesta revista, duas aventuras encantadoras, bem armadas, com boas reviravoltas.
A primeira, em especial, tem uma cena antológica: a briga no bar, quando Fidêncio dá as costas a um capataz do fazendeiro Ismael Lindolfo.
A série relembra que há um cenário fértil, mas ainda pouco usado, para HQs de heróis nacionais: o Rio Grande do Sul - não o real, mas o imaginário, recriado por escritores ao longo do século passado, numa colagem de História do Brasil com várias mitologias do mundo todo. Shimamoto, mas também Flavio Colin, já apresentaram suas obras.
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