Confins do Universo 215 - Pelas sete esferas do Dragão!
OUÇA
[adrotate group="9"]
Reviews

O JUSTICEIRO – ADAPTAÇÃO OFICIAL DO FILME

1 dezembro 2011

O JUSTICEIRO - ADAPTAÇÃO OFICIAL DO FILME

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Peter Milligan (roteiro), Pat Olliffe (desenhos), Scott Koblish (arte-final) e Guru Efx (cores) - Originalmente publicado em The Punisher: Official Movie Adaptation # 1 a # 3, em 2004.

Preço: R$ 5,90

Número de páginas: 72

Data de lançamento: Outubro de 2004

 

Sinopse

Frank Castle, ex-militar e agente do FBI, trabalha disfarçado como informante na área de narcóticos, contrabando de armas e demais assuntos da alçada federal. Ele resolve se aposentar após seu último caso, que resultou na morte de um dos filhos do poderoso e corrupto Howard Saint.

Saint investiga e descobre a identidade civil do culpado por sua tragédia familiar. Isso resulta numa verdadeira chacina pela mesma moeda, na qual toda a família de Castle é morta de uma só vez.

Milagrosamente escapando com vida, Frank Castle se recupera e inicia sua própria vingança à margem da lei e contra todo criminoso envolvido nos inescrupulosos negócios de Saint, passando a adotar o nome de Justiceiro.

Positivo/Negativo

Normalmente, a quadrinização de um filme é feita em edição única. História fechada, com o resumo básico do que é visto nas telas; é o padrão lá fora.

Esta, em especial, ousou um pouco e foi além: saiu originalmente como uma minissérie em três edições, totalizando pouco mais de 70 páginas para trabalhar melhor o processo de adaptação da película para o papel. Nisso, há que se presumir que fizeram um trabalho mais comedido e apurado, certo?

Nem perto disso.

Há, sim, várias diferenças entre as duas versões da história.

Muitas delas até são bem-vindas, como a melhor abordagem dos tempos de guerra do sargento Frank Castle no Kuwait, em 1991, ou com relação ao personagem James Weeks - um dos colegas policiais do protagonista, que aparece numa única cena logo no começo do filme, ao reconhecer o corpo de Bobby Saint - e seu importante papel dentro dos acontecimentos que fariam surgir o Justiceiro.

Outro bom momento foi mostrar o tempo de recuperação após o genocídio ao qual Frank sobreviveu, sendo ajudado pelo pescador foragido Candelária. Tudo visando aumentar a angústia do personagem, ainda fortemente abalado com o ocorrido.

As partes boas, porém, definitivamente terminam aqui.

O que sobra fica nos erros típicos do gênero das adaptações, em que sequências se atropelam sem lógica ou motivos aparentes para certos comportamentos dos personagens; mais parecem agir no automático, com vários diálogos "ensaiados" para serem ditos no momento certo.

Quem for ler primeiramente a versão em HQ, vai ficar com a sensação de faltar algo aqui e acolá. Tiveram três edições padrões para complementar o roteiro original, mas nem assim a coisa anda.

Afinal, as explicações estão no enredo de carne e osso.

Algumas cenas são duras de engolir. Uma delas é quando há a comemoração dos Saint no clube após o assassinato dos Castle, quando um dos irmãos Toro descaradamente dá em cima de Lívia (esposa de Howard) e fica por isso mesmo.

Pra alguém extremamente ciumento, cuja maior riqueza é a mulher, é difícil crer numa reação tão passiva de Howard. No final da trama só piora, com o destino que Lívia tem aqui, bem diferente da sua morte nos trilhos.

E o próprio herói sofre desse desvirtuamento.

Castle protagoniza a cena mais estúpida da revista, na página 62, quando alguém bate à sua porta. Lembrando que sua cabeça está a prêmio, com assassinos contratados para matá-lo a qualquer instante... E o que ele faz?

Simplesmente diz, amargurado, "Está aberta!", sem nem sequer ver de quem se trata. Em seguida, uma brevíssima luta de duas páginas com o gigante Russo que (sabe-se lá como) termina nos telhados do edifício.

O final nem sequer puxa algo do planejamento ou métodos de combate armado demonstrados no longa-metragem, quando o Justiceiro invade o edifício do inimigo coalhado de criminosos. Parece que Milligan teve preguiça ao escrever essa parte, entregando qualquer coisa para logo terminar o serviço.

Nesse amontoado de cenas "mal editadas", a arte não chega a ser um desperdício total, apesar de não se ater à caracterização dos rostos conhecidos de Thomas Jane, John Travolta e outros atores.

Só peca mesmo nas feições assimétricas para Lívia (até o cabelo muda de cor em vários momentos) e sempre na mesma cara fechada para Castle, num resquício do seu humor temperamental ao estilo Steve Dillon.

O cuidado gráfico dispensado pela Panini merece o único mérito que esta HQ tem.

Classificação:

Leia também
[adrotate group="10"]
Já são mais de 570 leitores e ouvintes que apoiam o Universo HQ! Entre neste time!
APOIAR AGORA