Esta edição de luxo (formato 19 x 27,5 cm, miolo em papel especial e capa cartonada com orelhas e detalhes em verniz) traz 13 HQs repletas de informações históricas sobre o Flamengo, misturando realidade com ficção e pontuando tudo com pitadas de humor.

A publicação faz parte de uma série assinada por Ziraldo, que trouxe também edições em quadrinhos dedicadas ao Corinthians, Palmeiras, Vasco, Internacional e Grêmio.

O tom das histórias deste e dos outros volumes da coleção é o do torcedor. Ou seja, puxa pela emoção e pelo exagero característicos de quem considera seu time de coração a mais perfeita obra dos deuses do esporte bretão.

E isso não é ruim. Afinal, a obra foi feita para o torcedor, fã ou não de quadrinhos. O que importa mesmo é curtir, sem medo de ser feliz, a história de seu clube de uma forma divertida, mesmo que nenhuma das informações contidas na edição seja nova para quem acompanha o time.

Se o leitor for uma criança que estiver dando seus primeiros passos na "profissão" de torcedor, então a linguagem das HQs certamente vai contribuir para fidelizá-lo.

Em O mais querido do Brasil em quadrinhos, essa toada de emoção ganha um contorno ainda maior pelo fato de Ziraldo ser flamenguista.

A primeira HQ do livro é exatamente a história da paixão do cartunista pelo rubro-negro carioca.

Outras aventuras da edição também apresentam narrativas da paixão de torcedores - às vezes passada de pai para filho -, em que relembram momentos marcantes da rica trajetória do Flamengo no futebol, reverenciando jogadores que, mais do que ídolos, se transformaram em verdadeiros patrimônios históricos do clube.

Dentre os destaques da edição, a quadrinização do hino do Flamengo; a história de Zico, o Galinho de Quintino, maior ídolo do "Mengão"; e, pela primeira vez em quadrinhos, lance a lance, o gol do centroavante Nunes que deu a vitória do time rubro-negro contra o Atlético-MG, na final do Campeonato Brasileiro de 1980 (primeiro dos seis títulos da competição conquistados pelo clube).

Como o livro foi lançado poucos meses antes do hexacampeonato (mesmo que alguns torcedores rivais contestem a marca), o título nacional de 2009 não foi mencionado nem como um sonho distante. Mas o "penta tri" estadual daquele ano está devidamente registrado.

O mais querido do Brasil em quadrinhos pode não ser indispensável na coleção de um fã de quadrinhos, já que nem todo leitor de HQ é flamenguista e, dificilmente, o livro interessará a torcedores de outros times.

No entanto, esta divertida espécie de manual do torcedor do Flamengo merece figurar em lugar de destaque dentre as memorabilias dos "flanáticos".