O MELHOR DA DISNEY - AS OBRAS COMPLETAS DE CARL BARKS - VOLUME 36
Autor: Carl Barks (textos e desenhos).
Preço: R$ 16,95
Número de páginas: 176
Data de lançamento: Maio de 2008
Sinopse: Esta edição inclui as histórias publicadas originalmente em Walt Disney's Comics and Stories entre 1963 e 1966. Há ainda as censuradas O Leiteiro, que foi escrita em 1957, e Noite Feliz, de 1945.
Positivo/Negativo: Com este volume fecha-se a penúltima fase de As Obras Completas de Carl Barks. As histórias presentes neste álbum, assim as dos anteriores, continuam a retratar o dia-a-dia da família Pato em situações que vão dos sobrinhos passeando num parque de diversões, onde Donald trabalha numa das barracas (Parque de Tapeações), até uma aventura submarina com direito a um confronto com uma gigantesca serpente marinha (O Hércules Instantâneo).
Entre as curiosidades desta edição vale destacar que Barks às vezes fazia, embora nunca de maneira explícita, uso dos quadrinhos para criticar assuntos que estavam em pauta no momento. Em O Navio Sinistro do Capitão Geada, ele dá uma cutucada na revolução comunista em Cuba. Já em Um Milhão de Macacos, fica claro que o alvo foi a interferência dos Estados Unidos em assuntos de países asiáticos, como o Camboja e o Vietnã.
Tamanha mestria foi usada nestas histórias que as sutis críticas colocadas no roteiro passam quase despercebidas. Coisas de gênio.
Em O Herói do Dique, há uma prova da peculiar topografia de Patópolis: a presença de um dique tipicamente holandês e vários moinhos de vento, muito propícios para a festividade que se desenrola na trama. Cidade com este nível de variedade, apenas a não menos famosa Springfield, dos Simpsons.
As duas últimas histórias, O Leiteiro e Noite Feliz, chamam a atenção por causa de uma curiosa situação: ambas foram censuradas pelos editores da Western Publishing, devido à "violência" com que Donald tratou os respectivos adversários.
Na primeira, o pato trabalha de entregador de leite e sofre nas mãos de Porcolino Leitão, disposto a tomar o seu emprego. Cansado das pilantragens que lhe são impostas, Donald vai à forra e acaba virando o jogo a seu favor.
Já na segunda, a mistura do tema natalino e a maneira como Donald foi tratado no final pelo seu vizinho (e desafeto para todas as ocasiões) Silva é que não deve ter agradado muito. Contudo, este mesmo enredo foi aproveitado, com os devidos cortes de agressividade, para compor Um Turista do Barulho, presente no volume # 34 desta coleção.
Fica difícil entender os motivos dos editores para censurar essas duas histórias, pois a dita violência, em menor ou maior grau, sempre pôde ser vista ao longo de outros trabalhos de Barks, mas dentro do contexto em que foram concebidas, ou seja, histórias destinadas ao público infantil.
Como sempre, as matérias de Marcelo Alencar e os detalhes técnicos de cada publicação, aqui e lá fora, continuam contribuindo para tornar a obra perfeita.
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